ECONOMIA

Venda de produtos para o inverno deve crescer 4%, segundo o Sindvarejista

De acordo com estimativa do Sindivarejista, com as baixas temperaturas registradas desde o último domingo, a procura por produtos como agasalhos e cobertores aumentou 4% em relação ao começo da estação em 2020, quando o setor sofreu retração de 2%

Pedro Marra
postado em 01/07/2021 06:00
Telma Balbino, 47 anos, comprou casacos para ela, a filha e o pai, além de três cobertores -  (crédito: Pedro Marra/CB/D.A Press)
Telma Balbino, 47 anos, comprou casacos para ela, a filha e o pai, além de três cobertores - (crédito: Pedro Marra/CB/D.A Press)

O Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista) estima que a venda de produtos para o frio, como agasalhos, mantas e cobertores, tenha elevação de 4%, na capital. Em 2020, houve redução de 2% no mesmo período, na avaliação da entidade, porque o inverno não foi tão intenso e a pandemia estava no auge. Moradora da Asa Sul, Telma Balbino, 47 anos, não perdeu tempo e adquiriu algumas coisas para amenizar as baixas temperaturas. “Senti o impacto do frio, e estou comprando agasalhos e calças de moletom, também, para o meu pai e para a minha filha. Até comprei três cobertores para casa. Saí de casa só para isso mesmo”, conta.

Presidente do Sindivarejista, Edson de Castro acredita que os bons resultados se manterão até o fim do inverno. “Os clientes compram mais moletom e agasalho. Especialmente, as mães compram para os filhos, porque ficam preocupadas com a saúde deles. Estamos prevendo que essa situação deve permanecer nos meses de julho e agosto”, analisa.

Gerente da Hering do Sudoeste, Flávia Figueiredo, 35, calcula que o gasto médio por cliente aumentou de R$ 190 para R$ 250, desde sábado. “A gente sempre aumenta o pedido de moleton neste período, mas tivemos que pedir mais, porque ninguém esperava esse frio intenso. Abrimos em 4 de novembro, mas em outras lojas da rede (Gilberto Salomão e JK Shopping), o crescimento é de 15% em relação ao inverno de 2020”, acrescenta.

Fábio Carneiro, 35, gerente das Lojas Leal do Sudoeste, revela que os clientes têm desembolsado cerca de R$ 300 em produtos para o inverno, como cobertores e a linha de cama. Em 2020, a média foi de R$ 200. “A maioria costuma vir e comprar para outras pessoas, mas também para levar para doação. Em comparação com o ano passado, a procura de produtos para frio aumentou bastante”, avalia o gerente da loja.

Comidas

Devido ao tempo frio, alguns restaurantes mudaram o cardápio. O Bla’s, na 406 Norte, traz um costelão prensado, feito com corte bovino cozido lentamente, purê de mandioquinha, demi-glace, saladinha de baby leaf, picles de cebola e chips, por R$ 55. “O produto que mais temos vendido são nossos risotos, principalmente às quartas-feiras, quando temos o nosso festival do risoto com opções exclusivas (R$ 69,90, por pessoa). Pretendemos incluir no cardápio o caldo de mandioquinha e, para finalizar a refeição, um chocolate quente cremoso”, adianta o chefe Filipe Ribeiro.

A expectativa do restaurante é de dobrar as vendas de 2020. Desde o início do inverno, em 21 de junho, o estabelecimento teve crescimento de 35% nas vendas dos pratos para o frio, em comparação ao mês anterior.

O menu de inverno dos restaurantes Santé 13, na 413 Norte, e Santé Lago, na Orla da Ponte JK, apostam em sabores típicos do interior, como milho, canjica, melaço de cana e amendoim para apresentar criações únicas e contemporâneas. As opções ficam disponíveis até o fim de julho. “Em 2020, na mesma época, os restaurantes estavam fechados. Com a casa aberta, mais clientes poderão visitar e experimentar o menu especial. Ano passado, distribuímos gratuitamente canjica para todos os clientes de delivery, como um diferencial. Este ano, esperamos um aumento de 40% da procura pelo cardápio”, prevê o chefe Divino Barbosa. O menu invernal do Santé fica disponível no almoço e no jantar. “Essa mudança na procura pelos pratos é notória com a chegada das temperaturas mais frias”, conclui.

E vem mais frio

Planaltina e Gama registraram mínima de 6ºC na madrugada de domingo e, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foi a menor temperatrura do ano, no Distrito Federal. A previsão para os próximos dias, assim como para toda a estação, é de que o tempo permaneça frio.

“A gente está com um pouco mais de uma semana do início do inverno, que termina em 22 de setembro, então, até lá, a gente deve ter pouca mudança ao que estamos vendo hoje. Esse ar frio que estava no Sul chegou ao Centro-Oeste. Raramente, as máximas vão superar 29º e 30ºC, em média. Periodicamente, nesses dias frios, temos sempre outros ainda mais frios. Com essa massa de ar, devemos ter geada no Triângulo Mineiro, que não é muito longe do DF”, alerta o especialista.

A previsão do tempo para esta quinta-feira (1º/7) é de mínima de 10ºC, na região central de Brasília, e de 9ºC, no DF como um todo, com Sol e poucas nuvens. A máxima não deve superar os 26ºC, com umidade relativa do ar entre 30% e 90%.

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