INVESTIGAÇÃO

Advogado de caseiro solto após acusação de ajudar Lázaro procura local seguro

"Teremos que procurar local seguro até que a sociedade entenda que ele não tem participação em nenhum dos crimes cometidos por Lázaro, nem estaria auxiliando na fuga", defende advogado

Solto em audiência de custódia, o caseiro Alain Reis de Santana, 32 anos, deve deixar a Unidade Prisional de Águas Lindas na manhã desta sexta-feira (25/6). Em entrevista ao Correio, o advogado de defesa, Adenilson Santos, afirmou que terá de procurar um lugar para o cliente, uma vez que ele corre riscos, na avaliação do representante. O patrão dele, o fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, 74, teve a prisão convertida em preventiva.

A defesa ainda avalia quais serão as condições de cumprimento da concessão de liberdade. "Precisamos entender como está sendo publicada essa decisão por termos a integridade física dele e evitar qualquer linchamento por parte da sociedade. Tememos represálias", afirmou.

O advogado ressaltou, ainda, que o caseiro deve-se mudar do distrito de Girassol (GO), em Cocalzinho de Goiás. "Teremos que procurar um local seguro até que a sociedade entenda que ele não tem participação em nenhum dos crimes cometidos por Lázaro, nem estaria auxiliando na fuga", completou.

A juíza que analisou o pedido da defesa do caseiro entendeu que os indícios de autoria colhidos até então são frágeis, principalmente "porque sua relação com o outro autuado é de patrão-empregado". Dessa forma, a magistrada afirmou que não é possível extrair dos autos que ele tenha aderido suposta conduta do proprietário da fazenda de ajudar Lázaro e, por isso, foi posto em liberdade.

Depoimento revelador

Em depoimento, Alain contou aos policiais que o patrão Elmi o pediu para que ele impedisse a entrada de policiais na fazenda, na quarta-feira passada (18/6). Disse, ainda, que notou que Elmi aumentou a quantidade de comida preparada para o almoço e que ele chamava Lázaro para comer.

Questionado sobre a presença de Lázaro Barbosa no local, Alain relatou que o suspeito estava pernoitando há mais de cinco dias e chegou a vê-lo por diversas vezes, inclusive portando uma espingarda e um celular. Comentou que Lázaro estaria almoçando e jantando diariamente na sede da fazenda, com o consentimento de Elmi.

Na segunda-feira (21/6), Alain contou que chegou para trabalhar pela manhã e percebeu que faltava pão e leite sobre a mesa da cozinha e havia dois copos sujos. Dois dias depois, na quarta-feira (23/6), o funcionário relatou que foi ameaçado por Lázaro, caso ele delatasse o paradeiro.

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