Com o ensino virtual, devido à pandemia da covid-19, a casa dos alunos se tornou uma sala de aula. Por meio do janela da internet, a professora Agda Regina dos Santos, da Escola Classe 215, de Santa Maria Norte, conheceu a casa de dois alunos, que são irmãos, e estão em situação de vulnerabilidade social.
A professora, que é membro da direção da escola, fez uma visita presencial às famílias, depois que eles pararam de entregar as atividades e constatou que, se a comunidade escolar se unisse, poderiam fazer a diferença naquela história. Foi então que nasceu o projeto Beija-Flor.
Segundo a educadora, o nome vem da fábula que diz que sempre podemos fazer a diferença, com atitude e chamando outros a fazer o melhor - na história, o beija-flor, vendo um incêndio na floresta, dava rasantes no lago enchendo o pequeno bico de água e jogava no fogo. Ao ser informado pelos outros animais de que aquilo era inútil e que ele era muito pequeno, ele respondeu que sabia que não apagaria o fogo, mas que estava fazendo sua parte.
Na casa dos alunos vivem 11 pessoas, cinco adultos, dois adolescentes e quatro crianças entre 2 e 10 anos. A estrutura é precária e até mesmo o vaso sanitário da casa está danificado. As pias não funcionam, as paredes e tetos estão mofados, o telhado tem vazamento e os colchões estão em péssimo estado, além de faltar móveis e alimentos.
"Alguns alunos não estavam fazendo a devolutiva das atividades. Então resolvemos fazer visitas a algumas crianças. Nessa casa, são dois irmãos e nos deparamos com essa situação de extrema vulnerabilidade, não tem saneamento, muita sujeira, falta de itens de higiene. Quando vimos essa situação, prestamos assistência alimentar ali na hora, mas surgiu no meu coração este projeto", conta a professora.
Reforma geral
O objetivo do projeto é reformar todas as dependências da casa, reconstruir os banheiros, instalar duas janelas para que haja ventilação, instalar revestimento em algumas paredes, trocar as portas e portais que estão caindo, trocar parte do telhado da casa e arrumar a parte da infiltração. Também é preciso refazer parte da encanação, instalar caixa de gordura, pintar as paredes, comprar camas, geladeira (que está quebrada), fogão, além de guarda-roupas. Por fim, será necessário adquirir utensílios básicos para produzir e consumir as refeições, roupas, calçados e produtos de higiene básica para os membros da família.
Toda a escola se mobilizou em prol do objetivo. Já foram arrecadados materiais de construção, móveis, eletrodomésticos, roupas e alimentos. "Tem três dias e já foram arrecadados roupas, chuveiro, janelas, sofá. Hoje precisamos de uma geladeira, fogão, mesa, armário de cozinha e seria um luxo da nossa parte pedir uma TV para as crianças. E falta material de construção, principalmente revestimento, porque tem muito morfo. Tudo que nós arrecadarmos estamos trazendo para a escola. O que sobrar estamos fazendo um levamento de outros alunos que precisam", destaca.
Para quem puder ajudar, há uma vaquinha on-line disponível. O projeto também está em busca de mão de obra voluntária. Mas o principal, segundo Agda, é a divulgação. "A família está extremante feliz. Dizem que é um sonho. E nós estamos com um grupo que está acompanhando essa família, ensinando sobre alimentação, higiene, sobre conservação dos itens que irão receber. Enquanto esses alunos forem da nossa escola, nós vamos fazer esse acompanhamento", diz a professora.
Saiba como ajudar
Vaquinha on-line: vaka.me/2151136
Banco Next (Cód. 237)
Agência: 7526
Conta: 550289-6
Dhiego da Silva Santana
PIX: ec215.santamaria@edu.se.df.gov.br
Mais informações: Agda Regina: 61 991150670; João Paulo: 61 992359563;