Em entrevista ao CB. Saúde, programa feito pelo Correio em parceria com a TV Brasília, a infectologista e professora da Universidade de Brasília (UnB) Valéria Paes afirmou que há risco de uma terceira onda de covid-19 e alertou que “a melhor vacina é a que está mais disponível para você”. Para ela, todos os imunizantes têm eficácia comprovada para proteger contra o Covid-19 e é necessário entender a causa do público não querer se vacinar. A infectologista recomenda que essas pessoas sejam acompanhadas e instruídas para se sentirem seguras ao tomar tanto a primeira quanto a segunda dose.
A vacina contra o coronavírus é essencial para controlar a pandemia. Após quinze dias da primeira dose, já existe uma proteção parcial mas, para extrair o benefício máximo, é necessário tomar as duas doses. Durante qualquer episódio febril, ou se testar positivo para o vírus, é recomendado esperar trinta dias para se imunizar pois os efeitos colaterais podem ser confundidos. Valéria informa que as reações causadas pela vacina, quando surgem, não ultrapassam 24 horas.
A baixa procura pela segunda dose e a escolha de imunizantes é uma preocupação para o DF, pois isso retarda a proteção individual e coletiva. Existe um risco da terceira onda e um impacto grande na população ainda não vacinada. Mesmo com atraso, é necessário receber a segunda dose do imunizante.
A vacinação de gestantes precisa ser prioridade pois, para Valéria, são grupos vulneráveis e que representam duas vidas. Devido a um caso raríssimo de trombose ocorrido com uma gestante após vacinação com a Astazeneca, autoridades sanitárias recomendaram que grávidas tomassem a vacina da Pfizer ou a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac. Após imunizadas, as grávidas geram anticorpos que são transferidos ao bebê por meio do leite materno, deixando o recém-nascido menos suscetível ao vírus.
A imunização reduz em 50% a probabilidade de adquirir o covid-19 e, quando a infecção ocorre após a vacinação. a doença vem de forma mais branda. No Brasil, o acesso a vacinas está mais difícil e a taxa de transmissão continua muito alta. Assim, mesmo quem está vacinado ou já tenha recebido o diagnóstico de infecção deve manter as medidas preventivas para proteção individual e pensar na coletividade. Enquanto não chega o dia de ser contemplado com alguma dose, a recomendação é a mesma: utilizar máscara e manter o distanciamento social.