Com boa cobertura vacinal no grupo etário de 60 ou mais, a população do Distrito Federal começa a sentir os reflexos da imunização na prevenção dos casos graves e de mortalidade pela covid-19. De acordo com dados da Secretaria de Saúde, na primeira quinzena de junho, 45 pessoas entre 60 e 69 anos morreram por complicações da doença na capital. No mesmo período do mês passado, foram registradas 129 mortes por covid-19 neste grupo, o que representa queda de 65,1% na incidência de óbitos. Do público de 60 a 64 anos, 89,93% já tomaram a primeira dose da vacina (D1), e 5,83% a segunda (D2). Já entre as pessoas de 65 a 69, 93,62% foram imunizadas com a D1, e 61,34% com a D2. O total de imunizados entre 60 e 69 é de: 186 mil (D1) e 60 mil (D2), de acordo com o vacinômetro divulgado nesta quarta-feira (16/6).
Na última atualização da pasta, foram notificadas mais 22 mortes pelo vírus — sendo que nove eram de pessoas com 60 anos ou mais. Das vítimas recentes, quatro tinham entre 20 e 39 anos e oito eram da faixa etária dos 50 a 59 anos. Ao todo, 9.016 pessoas morreram por complicações da covid-19 na capital desde o início da pandemia. A Secretaria de Saúde registrou, ontem, mais 889 casos da doença, totalizando 419.548 notificações desde o início da pandemia. Em relação aos últimos 14 dias, o DF registrou uma queda de 19% na média móvel de mortes, com taxa de 21,14. Já a média móvel de casos se manteve em 875, com redução de 6,66% no mesmo período. A taxa de transmissão subiu e ficou em 0,97, ontem. Esse é o segundo aumento consecutivo.
Em relação às internações de pacientes graves com a covid-19, a imunização também teve um efeito significativo. Houve uma queda no número de idosos acima de 60 anos internados em unidade de terapia intensiva (UTI) para tratar a doença. A maioria dos leitos está ocupada com a população entre 34 e 56 anos. O maior pico é registrado na faixa etária de 35 anos, com oito pacientes internados. A taxa de ocupação das UTIs nos hospitais públicos chegou a 87,7% ontem. Dos 543 leitos, 23 estão vagos, 166 ocupados por pacientes diagnosticados com a doença e 262 bloqueados.
Vigilantes
O Governo do Distrito Federal decidiu, nesta terça-feira (16/6), incluir os vigilantes no grupo prioritário para a vacinação contra a covid-19. A medida foi definida durante uma reunião no Palácio do Buriti, que contou com a presença do governador Ibaneis Rocha (MDB), do secretário de Saúde, Osnei Okumoto, e dos deputados distritais Rafael Prudente (MDB) e Robério Negreiros (PSD).
A imunização dos vigilantes que trabalham em bancos e em escolas será feita em conjunto com a vacinação dos profissionais da educação e bancários. Ainda não há data definida, o governo aguarda o recebimento de novas doses previstas para chegar nesta semana. Há a previsão de chegada de vacinas da Pfizer, CoronaVac e AstraZeneca, além da vacina da Janssen, fabricada pela Johnson & Johnson e que
está a caminho do Brasil.
“Decidimos incluir a categoria de vigilantes porque sabemos o quanto eles estão expostos e o quanto são importantes pelo serviço que prestam, seja em escolas, bancos e outros lugares”, afirmou o governador Ibaneis Rocha. No encontro, também foi definido que a cada entrega semanal de vacinas, três mil doses serão destinadas aos vigilantes, independentemente do local em que atuam. No entanto, a Secretaria de Saúde informou que o Comitê de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19 irá se reunir para deliberar sobre o assunto.
O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Rafael Prudente, estima que há cerca de 18 mil vigilantes atuando na capital. Uma parte deste quantitativo já foi imunizada com o grupo prioritário da Saúde. A previsão, segundo o distrital, é que em um mês toda a categoria esteja imunizada contra a covid-19. “O reconhecimento é justo, pois são profissionais que trabalham na linha de frente e desempenham importante trabalho junto à população. Os vigilantes precisam ser protegidos”, destacou Prudente.