Familiares de Cleonice Marques, 43 anos, reconheceram o corpo da empresária, localizado no começo da tarde deste sábado (12/6), em um córrego no Sol Nascente, a cerca de 8km da chácara onde ela morava, no Incra 9.
A empresária foi sequestrada na madrugada de quarta-feira (9/6) e presenciou o assassinato do marido, Cláudio Vidal, 48, e dos dois filhos, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Após mais de 72 horas de buscas, o caso teve um triste desfecho.
Nas primeiras horas da manhã deste sábado, moradores e familiares da mulher se mobilizaram e se dividiram em grupos para iniciar as buscas. Por volta de 12h, eles encontraram o corpo de uma mulher no córrego, nu e de bruços. Ivan Rodrigues, 60, um dos irmãos de Cleonice, acompanhou o trabalho e viu o cadáver. "Era minha irmã. Ela estava com um hematoma na parte de trás da perna direita e com pouco cabelo. Eu não sei o que esse homem fez com ela, mas foi muita maldade", afirmou, emocionado.
A esperança, segundo Ivan, era de encontrar Cleonice ainda viva. "Minha irmã era uma pessoa muito amada, trabalhadora, guerreira, que dava a vida pela família. É uma tristeza termos que enterrá-la dessa forma", disse.
O crime
Na última quarta-feira, Lázaro invadiu a chácara da família e matou a facadas o empresário Cláudio Vidal e os dois filhos dele. O mais velho ainda foi baleado, de acordo com as investigações policiais. O principal suspeito acumula passagens por estupros, roubos e homicídio, além de fugas de presídios.
Lázaro invadiu a residência da família por volta das 2h. Ele arrombou a porta e, em menos de 10 minutos, matou o marido de Cleonice e os dois filhos a facadas. Antes de conseguir entrar na casa, a empresária ligou para o irmão pedindo socorro. O familiar chegou ao imóvel em pouco tempo, mas se deparou com os corpos no quarto e não encontrou Cleonice. Mesmo agonizando, Cláudio conseguiu alertar o cunhado: “Age rápido. Levaram a Cleonice”, disse segundos antes de morrer.
Um documento obtido com exclusividade pelo Correio revelou, por meio de um laudo psicológico elaborado no Complexo Penitenciário da Papuda em 2013, que Lázaro é uma pessoa agressiva, impulsiva, instável e com “preocupações sexuais”. À época, ele foi condenado e ganhou liberdade em março de 2016.
O exame criminológico serve para avaliar a personalidade do preso para, a partir das evidências, reincidir na prática de delitos. Em 2013, quando ele tinha 26 anos, testes comprovaram os seguintes traços de personalidade de Lázaro: agressividade; ansiedade e tensão; ausência de mecanismos de controle; dependência emocional; dificuldade em canalizar e expressar emoções; impulsividade; instabilidade emocional; possibilidade de ruptura do equilíbrio; preocupações sexuais; e sentimentos de angústia.
O criminoso também tem um histórico de uso abusivo de drogas e álcool, perturbações psíquicas, instabilidade profissional, interrupção no aprendizado escolar e profissional, internação em orfanatos e fugas de casas, revelou o laudo. À época, os psicólogos que ficaram responsáveis pela avaliação descartaram a hipótese de que Lázaro ganhasse o benefício da progressão de regime.