Facção criminosa

Vice-líder do Comboio do Cão e outros 11 criminosos são condenados

Entre os réus está Fabiano Sabino Pereira, conhecido como FB, preso desde 2017 na Papuda e considerado o braço-direito de Wilian Peres Rodrigues, chefe da facção e preso no começo de maio

Doze integrantes da maior facção do Distrito Federal, o Comboio do Cão, foram condenados por organização criminosa pelo Tribunal de Justiça do DF, após o Ministério do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apresentar denúncia. Entre os réus está Fabiano Sabino Pereira, conhecido como FB, preso desde 2017 na Papuda e considerado o vice-líder da cúpula. 

Os outros condenados são: Flávio Ferreira da Silva, Rafael Nunes Carvalhedo Barros, Rogério Rodrigues do Nascimento, Marcos Peres Rodrigues, Marcelo Monteiro Cardoso, João Wesley de Jesus, Ricardo Silva Rabelo, Alexandre Silva Moreira, Leonardo Gonçalves de Moura, Alisson Ítalo Barbosa Brandão e Vitor Guilherme Lisboa Lima.

Fabiano recebeu uma pena de 9 anos, 9 meses e 22 dias de reclusão por integrar organização criminosa, com agravo de pena por comandar a facção (Art. 3º da Lei 12.850). Como consta na denúncia do MPDFT, o criminoso exercia o papel de liderança no grupo e "além de ser o dono do local onde a droga era, em sua maior parte, armazenada, mantinha contato direto com fornecedores e funcionava como uma espécie de elo entre os demais denunciados".

O criminoso era braço-direito de Wilian Peres Rodrigues — o líder do Comboio do Cão, preso em Paranhos (MS), divisa com o Paraguai, em uma mega-operação desencadeada pela PCDF no começo de maio. Mesmo preso, Fabiano controlava as atividades de tráfico e jogos de azar de dentro da cadeia.

PCDF/Divulgação - Chefe da maior facção do DF foi preso em MS

Com uma extensa ficha criminal, os faccionados Rafael, Rogério, Marcos, Marcelo e João foram condenados a 8 anos, 6 meses e 22 dias de prisão. Ricardo, Alexandre, Leonardo, Alisson e Vitor receberam pena de 7 anos e 7 meses.

Crimes


Fabiano é investigado em, pelo menos, três homicídios qualificados e uma tentativa, entre 2013 e 2015, segundo denúncia do Ministério Público. Em 2002, ele foi preso por tráfico de drogas no Recanto das Emas e, em 2007, tentou matar a ex-companheira a tiros. Os disparos não acertaram a mulher.

O criminoso também foi apontado como responsável pela morte de um homem em 2009, encontrado morto dentro de casa com marcas de tiros. Por mais de três vezes, ele fugiu de abordagens policiais. Em uma delas, foram apreendidas 15 munições calibre 9mm acondicionadas em um carregador do mesmo calibre e a carteira de motorista de Fabiano.

Comboio do Cão


Concentrados em regiões como Riacho Fundo 2, Recanto das Emas e Taguatinga, o Comboio do Cão participou de assassinatos, tráfico de drogas e armas, lavagem de dinheiro e roubos de veículos. A facção se instalou na capital em meados de 2013, fruto de uma disputa de gangues por pontos de drogas no DF. A polícia estima que o grupo esteja envolvido em mais de 500 ocorrências criminais e cerca de 30 homicídios.

Um dos crimes praticados pelos faccionados aconteceu em outubro do ano passado. Em plena luz do dia, um homem, de 27 anos, levou tiros de rajadas de pistola calibre 9mm na praça do DI em Taguatinga. Outras duas pessoas que passavam pelo local acabaram sendo atingidos. O crime foi elucidado pelo Decor e os envolvidos acabaram presos no âmbito da operação Judas.

Em fevereiro deste ano, um interno do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) foi baleado e morto ao sair do presídio, no SIA, para trabalho externo. Constatou-se que os dois acusados de matar o detento são integrantes do Comboio do Cão, e o homicídio estaria relacionado a uma possível guerra por tráfico de drogas. Outro caso de repercussão foi o assassinato de um casal no Riacho Fundo 2. Thiago Duarte Neto, 24 anos, e Talita Souza Mendonça, 23, foram mortos dentro do carro, na rua. O cachorro que a jovem carregava chegou a ficar machucado, mas recebeu os primeiros socorros e recuperou-se.

PCDF/Divulgação - Prisão de Wilian Peres Rodrigues
PCDF/Divulgação - Policiais prenderam Wilian após o criminoso estar foragido desde 2017
PCDF/Divulgação - Contra Wilian, há quatro mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça do DF
PCDF/Divulgação - Chefe da maior facção do DF foi preso em MS