Comemorar o Dia dos Namorados, celebrado em 12 de junho, durante a pandemia da covid-19 é um desafio para casais que querem sair de casa e principalmente para hotéis e motéis do Distrito Federal. No ano passado, o setor sofreu com baixas e a expectativa para 2021 é melhor. Estimativa do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) é de que, em 2021, registre-se um aumento de 8% nas vendas. A data deve injetar R$ 102 milhões na economia do Distrito Federal, movimentando diferentes tipos de comércios, como lojas de entrequadras e shoppings, bares, restaurantes, hotéis, motéis e floriculturas, segundo a associação.
Em alguns estabelecimentos a procura aumentou consideravelmente e as promoções foram uma estratégia encontrada para atrair mais clientes. Ellen Rodrigues, especialista do setor digital do Meliá (Setor Hoteleiro Sul) conta que os pacotes de jantar e hospedagem para o próximo sábado estão esgotados. Uma das opções que conta com café da manhã no restaurante, espumante ou vinho, caixa de chocolate e decoração romântica no quarto sai a partir de R$ 455.
Ela conta que, em 2020, a demanda de reservas foi abaixo do esperado para a data especial. “Neste ano, como temos outros dois hotéis com esse tipo de serviço, dá para sentir que a demanda foi mais rápida, em menos de duas semanas. Tivemos um aumento de 123% de ocupação, 95% de faturamento, e conseguimos vender mais de 75 tipos de pacotes”, complementa.
Para seguir os protocolos sanitários contra a covid-19, a rede hoteleira tem contrato com certificadores de limpeza e de protocolo sanitário. “Seguimos os decretos impostos em Brasília, e a certificadora faz toda a vistoria com o selo de hotel responsável para fazermos o tipo de serviço. As mesas têm distanciamento de 2 metros, sem pessoas dançando, sempre indo ao banheiro de máscara. Também disponibilizamos álcool em gel pelo hotel, assim como é determinado pelos órgãos de saúde”, assegura.
O Fantasy Motel, situado no Setor de Indústria e Abastecimento (Sia), pretende faturar 50% a mais do que no ano passado. Segundo o gerente-geral da acomodação, Cláudio Faria, em 2020, pouco mais de 50% das suítes estavam fechadas. “Neste ano, temos 68 quartos, mas estamos trabalhando com 51 com, no máximo, duas pessoas por suíte. Mas devemos ter de 50 a 100 ocupações nas suítes de sexta-feira a domingo. Ano passado, trabalhamos com 26 suítes, com 40 a 50 ocupações (aluguéis). Em 2019, foram 120 ocupações de suítes para o fim de semana. O motel foi bastante afetado com a pandemia, mas, aos poucos, estamos voltando com o movimento, que está em torno de 40% do que era antes”, detalha.
Desde março do ano passado, uma funcionária especializada em limpeza faz a higienização do espaço. “Além da suíte ser aberta com janelas de um lado e do outro, usamos os mesmos produtos que são usados em hospitais, como desinfetante, antibacteriano, antitabaco, cloro detergente floral e álcool 70% para limpar maçanetas, telefones, ou seja, os objetos tocados pelos clientes nas suítes. Após usada, a suíte tem que passar três horas sem ser ocupada para fazermos o processo de limpeza. Temos dispensadores nos corredores e nas suítes. E, quando o cliente chega, é obrigatório o uso de máscara até a entrada no quarto”, esclarece o gerente.
Cuidados
O infectologista Hemerson Luz lembra que o vírus é muito sensível a produtos de limpeza e que um simples sabão, desinfetante e produtos de limpeza, além do álcool em gel e da água sanitária, conseguem desativá-lo. “Se o hotel ou motel tiver um bom padrão de higiene entre uma locação de hóspedes e outra, ele consegue diminuir o risco de infecção”, orienta.
Segundo ele, em quartos de hotéis e motéis, provavelmente não há aglomerações e a chance de contágio por meio de superfícies é menor. “Mas sempre haverá o risco de contaminação. Os clientes devem observar o padrão de limpeza e se há alguma certificação de que a higienização foi feita. Os locais têm de estabelecer rotinas de limpeza e capacitar os funcionários”. É importante que os hotéis e motéis treinem os funcionários na desinfecção, em como aplicar os produtos de limpeza e também nas formas de transmissão e sintomas da doença para saberem se eles próprios ou os clientes têm risco de estarem contaminados”, orienta o médico. Ele reforça, ainda, a importância do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) pelos funcionários”.