Com a morte de Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, homem acusado de ser autor de diversos crimes no Distrito Federal e Entorno, o ex-secretário de segurança pública do DF, professor de sociologia da Universidade de Brasília (UnB) e membro do Fórum de Segurança Pública, Arthur Trindade, afirmou que a espetacularização atrapalhou o andamento do caso. Em entrevista ao CB Poder desta terça-feira (29/6), parceira do Correio Braziliense com a TV Brasília, Trindade avaliou que a operação deveria ter priorizado o sigilo das ações.
"A excessiva midiatização do caso atrapalhou. As polícias acabaram muito pressionadas. Talvez, tivesse sido prudente, no começo da operação, tentar manter um grau de sigilo e reserva para as atividades de investigação", disse ao jornalista Alexandre de Paula. Trindade reforçou que não é culpa da mídia ou dos policiais, mas a pressão criada em cima das buscas foi prejudicial em diversos aspectos.
"Tudo isso aconteceu porque logo no início as autoridades responsáveis chamaram a mídia e fizeram questão de aparecer e publicizar o caso. Depois, saiu de controle. As mesmas autoridades reclamaram da cobertura e da pressão. A atividade de investigação não é compatível com a espetacularização dos casos", completou. Ele afirmou que o terreno de difícil acesso e matas fechadas nas quais Lázaro se escondia também foram obstáculos a serem enfrentados pelas forças de segurança que atuavam no caso.
Captura
Como ex-secretário de Segurança Pública, Arthur considerou que seria difícil Lázaro sair da operação com vida. "Achava difícil ele ser capturado vivo. Provavelmente aconteceria um confronto de vários policiais contra ele que, no final, foi o que aconteceu", avaliou.
Para Trindade, ainda é preciso esclarecer questões sobre a rede de apoio que Lázaro teve durante a fuga. "Ao que tudo indica ele recebeu apoio e ajuda. O que resta saber é o tamanho dessa rede e a complexidade dela. Espero que, agora, as polícias consigam trabalhar com um pouco mais de tranquilidade", reforçou.
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