Na madrugada desta sexta-feira (25/6), o caseiro Alain Reis de Santana, 32 anos, preso em flagrante por porte de arma e pelo favorecimento da fuga de Lázaro Barbosa Sousa, 32, alegou que o patrão e dono da fazenda, Elmi Caetano, 75, acobertou o fugitivo na sede da chácara.
O Correio teve acesso ao depoimento dos dois. Alain contou aos policiais que o patrão o pediu para que ele impedisse a entrada de policiais na fazenda, na quarta-feira passada (18/6). Disse, ainda, que notou que Elmi aumentou a quantidade de comida preparada para o almoço e que ele chamava Lázaro para comer.
Questionado sobre a presença de Lázaro Barbosa no local, Alain relatou que o suspeito estava pernoitando há mais de cinco dias e chegou a vê-lo por diversas vezes, inclusive portando uma espingarda e um celular. Comentou que Lázaro estaria almoçando e jantando diariamente na sede da fazenda, com o consentimento de Elmi.
Rastros
Na segunda-feira (21/6), Alain contou que chegou para trabalhar pela manhã e percebeu que faltava pão e leite sobre a mesa da cozinha e havia dois copos sujos. Dois dias depois, na quarta-feira (23/6), o funcionário relatou que foi ameaçado por Lázaro, caso ele delatasse o paradeiro.
Tanto o fazendeiro quanto o caseiro foram presos nesta quinta-feira (24/6). Elmi foi detido por policiais penais da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (Dpoe) enquanto estava no carro, um Fiat Strada branco. O idoso tentou fugir da abordagem, mas foi alcançado a poucos minutos.
Alain afirmou ter visto Lázaro ontem se escondendo dentro de um depósito da fazenda. Durante a tarde e começo de noite, mais de 40 viaturas invadiram a área e montaram um ponto de bloqueio na estrada, em Girassol (GO), impedindo a entrada de moradores. Para fugir, Lázaro teria corrido para o bambuzal, na direção de um córrego.
Na fazenda de Elmi, foram encontradas duas espingardas e 49 munições. Os armamentos passam por perícia. Até então, ambos eram representados pelos mesmo advogados, mas, com o conflito de teses, um outro advogado agora defende Alain.
A defesa do fazendeiro nega que ele conheça Lázaro ou que tenha qualquer relação com ele. Além disso, sustenta que a arma era de chumbinho e foi transformada em arma de calibre 22, artesanal.
Os dois aguardam a audiência de custódia, prevista para esta tarde, para saber se continuarão presos no Presídio Municipal de Águas Lindas.
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