A busca por Lázaro Barbosa, acusado de matar quatro pessoas da mesma família em Ceilândia (DF) em 9 de junho, já dura quase duas semanas.
A operação que tenta prendê-lo envolve policiais civis, militares e federais, além do auxílio de cães farejadores e aeronaves.
Ao longo dos vários dias de fuga, Barbosa passou por várias chácaras na região, fez reféns e baleou pessoas, segundo a polícia.
As buscas se iniciaram após a morte de quatro membros da mesma família.
Cláudio Vital, de 48 anos, e seus filhos Gustavo, 21, e Carlos Eduardo, 15, foram encontrados com marcas de tiros e facadas em sua casa, segundo a polícia.
A mãe dos jovens, Cleonice Marques de Andrade, de 43 anos, foi achada morta três dias depois em um córrego. Segundo os policiais, Barbosa a sequestrou e a matou com um tiro na cabeça.
A BBC News Brasil lista a seguir quatro momentos dramáticos da perseguição.
1. Incêndio em residências
Em 12 de junho, segundo a Polícia Militar de Goiás, Barbosa passou a tarde bebendo em uma chácara, onde teria mantido um caseiro refém.
Em seguida, segundo a polícia, Barbosa invadiu outra chácara, baleou três homens e roubou armas de fogo.
Tarde da noite, ele teria ainda incendiado uma casa e trocado tiros com a polícia antes de fugir para a mata.
2. Roubo de carro
Na manhã de 13 de junho, segundo a polícia, Barbosa entrou em outra chácara, onde teria exigido que moradores cozinhassem para ele. De lá, fugiu com cerca de R$ 200, roupas e celulares.
À noite, segundo os policiais, Barbosa invadiu uma casa em Ceilândia, amarrou um morador e roubou um carro do modelo Fiat Palio, fugindo em seguida para Cocalzinho.
Um investigador disse que Barbosa ateou fogo ao veículo antes de abandoná-lo na rodovia BR-070 e que contou com a ajuda de um colega.
3. Policiais baleados
Na tarde do dia 15 de junho, policiais se aproximaram de uma chácara onde Barbosa fazia três pessoas reféns em Edilândia, segundo os investigadores.
Houve troca de tiros e um policial foi atingido de raspão.
A família foi resgatada em segurança.
O policial foi levado de helicóptero a um hospital em Anápolis. Ele já foi liberado e passa bem.
4. Buscas em terreiros e deputada com fuzil
Em 19 de junho, sacerdotes de terreiros afro-brasileiros divulgaram uma nota afirmando terem sofrido abordagens truculentas da polícia durante as buscas por Barbosa.
Os policiais entraram em terreiros em Águas Lindas, Girassol, Cocalzinho e Edilândia.
Na nota, os sacerdotes manifestaram "repúdio aos violentos ataques racistas praticados contra as casas de matrizes africanas" e se queixaram da tentativa de associá-las ao foragido.
Já a Secretaria de Segurança de Goiás afirmou que estava "trabalhando com um único propósito: garantir a paz à população da região e capturar Lázaro Barbosa, nos limites da legalidade".
No mesmo dia, a deputada federal Magda Mofatto (PL-GO) publicou nas redes sociais um vídeo onde aparecia com um fuzil dentro de um helicóptero e prometia capturar Barbosa.
"Se o Ronaldo Caiado (governador de Goiás) não deu conta de te pegar, eu estou indo aí te pegar", afirmou.
Em nota, o governo goiano afirmou que a postura da deputada era desrespeitosa e contraproducente.
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