O girassol sempre se volta em direção à luz. O distrito pertencente ao município de Cocalzinho de Goiás, que tomou emprestado o nome da flor, entrou em contato com as trevas do medo na última semana. Os moradores de Cocalzinho, a 38km dali, e do povoado de Edilândia (GO), a 15km, compartilham do mesmo sentimento.
Lázaro Barbosa Sousa, 32 anos, o homem suspeito de assassinar quatro integrantes de uma família em Ceilândia Norte e de balear dois civis e um policial, além de crimes no passado, se embrenhava na mata e invadia chácaras, principalmente à noite. A rotina de 30 mil pessoas mudou repentinamente. Na mesma medida do pânico, brotaram a resiliência, a solidariedade e a união das comunidades em prol do retorno da paz e da vida pacata. A reportagem do Correio visitou Girassol e Edilândia e conversou com moradores e chacareiros.
São 7h30 e a diarista Rosana Pereira, 45, ainda não pegou o segundo coletivo, em Girassol, para o trabalho no Lago Norte. Antes de Lázaro se refugiar na região, ela embarcava no ônibus, em Cocalzinho de Goiás, rumo a Brasília, às 5h30. Agora, espera o dia amanhecer e somente chega ao emprego às 13h30. “É difícil, né? A gente fica com medo. Agora que estou indo para o serviço. A gente tem que trancar tudo em casa. Vivo sozinha em casa com meus filhos”, desabafa, em frente à padaria do distrito.
A poucos metros dali, no Açougue Amigos, o proprietário Iradir Madureira, 57 anos, se prepara para mais um dia de fraco movimento. Tem sido essa a rotina desde que Lázaro começou a rondar pela área. “Muita gente queria comprar uma chácara para ir para a roça. Agora, todo mundo está voltando para a cidade”, conta.
Iradir diz que o seu comércio “acabou”. “Os chacareiros e os fazendeiros não vêm mais comprar carne, porque esse pessoal não vai mais pra roça”, explica. Antes, o açougue, que antes vendia, por dia, R$ 400, às vezes R$ 700 para uma clientela fiel, não tira mais nem R$ 30. “Agora, a gente não consegue nem vender 1kg”, desabafa. Ele comenta que, em poucas horas, fecharia o estabelecimento e formaria um comboio de moradores para visitarem sua chácara, a fim de tratar dos animais. Os poucos chacareiros que não querem abandonar o pedaço de terra reúnem amigos para pernoitar no local.
O açougueiro afirma ter visto Lázaro uma única vez, “há muito tempo”. “Esse homem está tocando o terror. Uma hora ele está em Cocalzinho, daqui a pouco em Edilândia e, mais um pouco para cá. Ele invadiu uma chácara e deu oito tiros na janela. O dono disparou com uma cartucheira calibre 12 e não acertou. A polícia também não consegue.”
Na BR-070, entre Girassol e Edilândia, está a primeira barreira policial. Agentes fortemente armados param todos os carros e vistoriam os porta-malas. À direita da rodovia, sentido Cocalzinho de Goiás, o chacareiro Valmir Inácio de Oliveira, 43, tinha acabado de alimentar os animais. “Ninguém quis vir comigo para a roça. Se encontro uma viatura na BR, sempre combino de os policiais me acompanharem.” A casa simples da chácara estava fechada, apenas um cão fazia a guarda do local. Ele entra pelos fundos, que dá de frente para uma área de mata cerrada. Teme se surpreender com o foragido o aguardando dentro da casa. Valmir aponta o dedo rumo a um morro, a poucos quilômetros, e afirma que Lázaro passou por ali.
Na cintura, um revólver de calibre 38. A preocupação era visível no rosto tenso. Ele mandou a mulher e os filhos, de 10 e de 8 anos, para Brasília. Deixou a chácara, que aluga de uma tia, na terça-feira, e se abrigou em Edilândia. Agora quer devolver o imóvel. “Tá complicado o trem. A polícia vê ele e não consegue pegar. Só Deus mesmo. Todo mundo está assombrado. No setor de chácaras não tem mais ninguém. Quando anoitece, o jeito é entrar em casa e rezar pra ele não aparecer. É difícil, viu?”, diz. “Tem muito chacareiro abandonando suas casas e indo para Águas Lindas de Goiás e para Edilândia.”
Antes de chegar a Edilândia, nova barreira. Até quarta-feira passada, o posto de gasolina à beira da rodovia abrigava uma base de operação de guerra. Na manhã de quarta, toda a estrutura foi removida para Girassol. Rotam, Graer, Bope, Polícia Rural, Polícia Penal... Agentes de diversos contingentes chegam a todo o momento, alguns com farda camuflada e fuzis AR-15. Um delegado confidencia que a ausência de sinal de radiocomunicação em muitos pontos da região dificulta o trabalho da polícia. Questionado se acredita que a prisão de Lázaro é iminente, ele responde: “Já não aguento mais”.
Transtornos
Perto dali, um grupo de moradores conversa tranquilamente. O operador de máquinas Hélio Ferreira, 55 anos, conta que viu Lázaro na cidade, anos atrás. “Ele girava folia aqui mais nós. Já veio para cavalgada também. Nunca falei com ele. Conhecia mais de vista”, afirma. De acordo com Hélio, tudo parou na cidade e na região. Por atuar na zona rural, ele está sem trabalhar desde a semana passada. Mais adiante, a reportagem observa duas idosas conversando no portão. “Você está dormindo na casa de quem?”, pergunta uma à outra. Ao longo da última semana, era comum que moradores pernoitassem na casa de vizinhos ou de amigos para ajudar a enfrentar o medo.
O Correio visitou o Pesque-Pague do Darcy, entre Edilândia e Cocalzinho de Goiás. Para chegar lá, é preciso seguir uma estrada de terra por uma área acidentada e atravessar um campo de vegetação alta. O grande salão do restaurante rural costumava receber dezenas de pessoas aos fins de semana. O movimento despencou. O proprietário, Darcy Cardoso da Silva, 72 anos, se estabeleceu na região em 1962 e montou o comércio anexo à sua casa. “Aqui a gente dorme com um olho só. Tem que dormir prestando atenção nos cachorros. O trabalho aqui acabou. Por volta das 17h30, a gente passa para dentro, tranca tudo e já era”, relata.
A casa é toda cercada com grades. “Aqui tem muita mata. Dá medo e agonia. Tenho minha roça e não vou lá. Soltei as vacas e nem tem jeito de tirar leite. É uma coisa fora do comum. Nunca vi isso, não”, comenta Darcy, com o semblante visivelmente cansado. As duas espingardas que ele tinha foram levadas pela polícia. Ficou apenas uma arma de pressão. Entre domingo passado e quarta-feira, três policiais dormiram no local do refeitório. Ele admite que o nervosismo afeta a saúde. “Altera a pressão, sobe tudo, você não alimenta de um jeito que preste.”
Em tempos normais, o pesque-pague vendia entre 100 e 150 refeições por fim de semana. Na porta, havia fila de moradores do Entorno. Há sete dias, foram apenas quatro pratos servidos. Darcy mora no local com a mulher, Maria Erotildes da Silva, 66, responsável pela produção dos alimentos. “A gente passa um medo muito grande. Você olha de um lado, tem mato. Olha do outro, tem muito lugar para ele esconder. Você não tem ideia do medo. A gente não sabe nem como pega os serviços aqui pra fazer. Qualquer coisa a gente corre pra dentro”, desabafa. “É segurar na mão de Deus, com força para superar.” Ela diz que, quando os cães ladram à noite, a tensão aumenta. “A gente sabe que nada o segura (Lázaro). Enfia os peitos nessa grade e entra.”
Preocupação
Do outro lado da rodovia, o também chacareiro Luiz Carlos Santos Amorim, 36, não escondia a preocupação. Corria contra o tempo para trocar dois pneus do carro. Tinha acabado de deixar mulher, genro e duas filhas na casa de um vizinho, em Edilândia. “A gente estava trancado lá na chácara porque não tem como ficar de bobeira, não. Ele (Lázaro) pega a traição”, garante.
Para tratar dos animais, ele e outros chacareiros costumam retornar às propriedades rurais uma ou duas vezes por dia. Luiz Carlos pretendia ficar com a família em Edilândia. “Um cara desses aparece quando você está dormindo. Imagina acordar com um cabra dessas dentro de casa?”.
O lavrador Waldir Jacob levou um susto na noite de segunda-feira. Lázaro foi visto em um trevo próximo a Cocalzinho de Goiás. Ao avistar uma blitz, abandonou um carro que tinha roubado e desceu correndo em direção à chácara onde a mãe de Waldir mora. “Eles me avisaram sobre a situação. Corri lá e fui buscar minha mãe”, afirma. No último dia 12, ele também abandonou a propriedade rural. Antes, soltou o gado. “É muito transtorno e medo. Quando prenderem esse caboclo volto lá para cuidar das coisas. Os vizinhos das chácaras ao lado também vêm dormir em Edilândia.” Por meio do WhatsApp, todos trocam informações sobre o criminoso.
Mãe de Waldir, Neusa Maria Madureira, 72, relata que, na noite de segunda-feira, ouviu um barulho atípico, seguido pelos latidos dos cachorros. “Estávamos na chácara eu, meu marido e meu neto. Olhei pelo vitrô e vi os policiais se aproximando. Eles mandaram que eu entrasse em casa e fechasse portas e janelas”, relata. Ela diz que o barulho era de uma porta de carro batendo. “Tenho medo. Parece que ele é invisível. A gente nunca viu isso. E se ele sequestrar um filho ou um neto? A gente vai endoidar, né? A gente fica pelejando para não acontecer isso.”
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"Ele passou por aqui"
Algumas estradas vicinais da região atravessam matas fechadas e dão vista a vales com vegetação ciliar e grotas. Em Relepa, como é conhecido o setor de chácaras de Girassol, a estrada avança por uma espécie de altiplano. Do lado esquerdo para quem se distancia do distrito, pequenos lotes com chácaras que se perfilam diante de uma depressão. Do lado direito, algumas poucas propriedades e uma vista do horizonte salpicado de serras e de mato.
Na tarde de quarta-feira, a reportagem do Correio esteve na região e foi surpreendida pelo intenso aparato policial. Dezenas de viaturas, em alta velocidade, sumiam de vista estrada de terra adentro. Um helicóptero da PM fazia voos rasantes do lado esquerdo sobre uma área de mata. Muitas das chácaras estavam abandonadas, com correntes e cadeados nas porteiras.
A comerciante Maria Alcioneida Miranda Soares, 45, foi aconselhada na terça-feira pela polícia a baixar as portas do bar e mercearia. Moradora da região desde 2017, ela afirma que a situação é “muito difícil”. “A gente não pode abrir as portas nem funcionar o comércio. Hoje (quarta-feira) pela manhã, ele (Lázaro) foi visto aqui na frente das chácaras. Tenho quase certeza de que ele passou pelo córrego dos fundos”, relata. A insegurança aumenta à noite. “Qualquer coisinha, qualquer mexidinha, a gente fica com medo”, acrescenta Maria Alcioneida, que mora com o marido. Todos os dias, ela abre rapidamente a mercearia para vender lanche aos policiais. E imagina o que faria se Lázaro aparecesse em busca de comida. “A gente dá e manda vazar, né? A gente não quer morrer.”
Mais à frente, o carro do Correio é abordado por uma viatura. “Tomem muito cuidado”, recomenda um dos policiais. Na Fazenda Boa D’Água, um casal e os dois filhos se preparam para partir e pernoitar em Cocalzinho de Goiás. Pai e filho se apressam em prender o gado. A mãe, que precisou amputar um dos pés por causa de diabetes, teme que a família seja abordada por Lázaro e ela não tenha condições de fugir. Lucivânia Marcelino de Carvalho Miranda, 46, lamenta a perda de liberdade. “A gente se sente preso por uma pessoa. É muito tenso. Trancamos todas as portas e as janelas às 18h e apagamos as luzes de dentro de ca x sa. As lâmpadas ficam acesas do lado de fora para ter visibilidade. Ele é uma pessoa perigosa e muito esperta”, diz.
A família tirava o leite das vacas de manhã e à tarde. Ante a insegurança, decidiu que o procedimento seria feito somente no turno matutino. “Meu marido teme ficarem até mais tarde no curral e eu permanecer sozinha, com minha mãe, aqui na casa”, explica. A produção leiteira diária caiu de 400l para 200l. Enquanto a reportagem conversa com a família, helicópteros fazem voos rasantes e viaturas passam pela estrada a todo o momento.
Próximo à BR-070, Marinês Medeiros Veras da Silva, 44, conversa com a vizinha, sentadas em cadeiras na frente de casa. “A gente ouve a maldade, a judiação que Lázaro está fazendo com o pessoal. Roubando, matando e estuprando. Fico muito preocupada com minha filha, que fica na chácara com o sogro”, afirma. Ela acha que Lázaro fica escondido em uma das muitas grutas da região. “O medo é terrível. A gente tem buscado ajudar a polícia. Faço café e ofereço aos agentes. Os policiais têm pedido ajuda por meio do WhatsApp a própria população se organiza para doar alimentação.” Segundo Marinês, o filho se dispôs a acompanhar a polícia até possíveis esconderijos de Lázaro, como grutas. (RC e WP)
Refúgio e solidariedade
As doações não param de chegar à Igreja Nossa Senhora de Fátima, em Edilândia. São embalagens de marmitas, carne, arroz, feijão e vários outros alimentos. Na cozinha, voluntários preparam o almoço, enquanto o café da manhã é colocado sobre mesas, à disposição dos policiais. No estacionamento, viaturas de várias corporações dividem espaço. O local tornou-se uma espécie de refúgio para o descanso e a recomposição de forças das centenas de agentes que atuam na tentativa de capturar Lázaro. Um deles adentra a igreja, se ajoelha e ora. Pede proteção.
O padre Cleyton Torres Reis, da Diocese de Anápolis, explica que a iniciativa surgiu da própria comunidade. “A polícia veio à cidade e ficou sem assistência. Aí o pessoal perto do campo de futebol serviu um jantar para eles, na segunda-feira, e a comunidade começou a mobilizar as doações e a preparar as refeições”, conta.
Desde terça-feira, a alimentação é servida no pátio da igreja.
Eles têm recebido donativos da comunidade, de Brasília, Anápolis, Águas Lindas de Goiás e Corumbá de Goiás. “Vejo essa mobilização como uma troca de serviços. A polícia está aqui para servir segurança para a comunidade, e a comunidade se organiza dando assistência ao que os policiais necessitam. Isso também é uma demonstração do cristianismo dessas pessoas. Essa manifestação mostra que eles têm fé e acreditam na caridade”, diz o religioso.
De acordo com o padre, a cidade ficou mais agitada com a presença de policiais de Anápolis, Goiânia e Brasília. “A comunidade está receosa pelo que possa ocorrer. São pessoas que se preocupam com as outras. Além do medo, tem a demonstração de curiosidade, por parte de moradores, em relação aos helicópteros e à ação policial”, afirma. Pelo menos entre 30 e 40 pessoas estão ativamente mobilizadas no preparo das refeições.
Depois de almoçar, a agente da Polícia Rodoviária Federal Daniela Barbosa afirma ao Correio que a iniciativa é muito importante. “A cidade é muito pequena e, às vezes, você não encontra restaurantes. E, quando tem, nem todos comportam tantos policiais. Então, é muito bem-vinda essa ajuda”, pontua. O sargento Moura, do Batalhão Rural da Polícia Militar do Estado de Goiás, se diz muito grato com a parceria aberta pela igreja de Edilândia. “Isso tem ajudado muito e contribuído com o sucesso da missão.” Proprietários do pesque-pague, Maria Erotildes da Silva e o marido, Darcy, têm feito doações recorrentes. “Eu levo de tudo. Frango, arroz, feijão... A gente é ser humano. Não é qualquer um que dá comida, mas a gente se sente na obrigação. Afinal, a polícia sofre também. São seres humanos”, justifica ela.
Filho de um dos fundadores do Incra 9, em Ceilândia Norte, e presidente da associação de moradores, Robson Pereira da Silva conhecia havia quatro décadas a família assassinada por Lázaro. “Todo mundo está empenhado em ajudar a polícia a encontrar esse homem. O Cláudio (Vidal, um dos empresários mortos por Lázaro) era um amigo, um irmão. Nós estudamos juntos. Ele e a família estavam no auge da vida. O comércio do Cláudio estava no pique, e ele crescia financeiramente. Vai deixar uma lacuna muito grande”, disse. “Na terça-feira, depois de saber que a igreja de Edilândia tinha pedido doações para a cozinha, fizemos uma corrente do bem para ajudar. Somos mais de 10 pessoas. Estamos doando muitas verduras também”, completa. “”oje, o que mais me motiva foi a perda que tive. É saber que, se não pegarem o Lázaro, ele vai espalhar medo pela região. Sabemos que o trabalho da polícia é sofrido.” (RC e WP)
» Cronologia da perseguição
As buscas por Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, completam hoje 12 dias. Forças de segurança do Distrito Federal e do estado de Goiás se mobilizam para tentar capturar o homem acusado de matar uma família inteira, em 9 de junho. Durante os dias em que está foragido, Lázaro invadiu mais chácaras, fez novos reféns e trocou tiros com a polícia em regiões como Edilândia e Cocalzinho, em Goiás. O chefe da operação é o secretário de Segurança Pública goiano, Rodney Miranda. Confira como começaram e o andamento das buscas pelo criminoso:
9 de junho
Triplo assassinato no Incra 9, em Ceilândia, de madrugada. O pai, Cláudio Vidal, 48 anos, e os filhos, Carlos Eduardo Marques Vidal, 21, e Gustavo Marques Vidal, 15, são as vítimas. A mãe, Cleonice Marques, 43, está desaparecida. No mesmo dia, a Polícia Civil do DF divulga a foto de Lázaro Barbosa de Sousa, 32, suspeito de ser o autor do crime e sequestrador de Cleonice.
10 de junho
As forças de segurança (bombeiros, polícia militar, polícia rodoviária e polícia civil) do DF entram no segundo dia de buscas por Cleonice Marques, com apoio de viaturas e cães farejadores. Lázaro invade uma chácara que fica a 3km da casa da família Vidal.
À proprietária, ele diz que estava envolvido no crime de Ceilândia, mas que não
tinha agido sozinho.
11 de junho
Lázaro, durante a fuga, invade uma chácara, também na região do Incra 9, por volta das 3h30 da madrugada, mantém um funcionário refém e rouba um carro.
12 de junho
Corpo de Cleonice Marques é encontrado no Córrego das Corujas, por volta das 12h. Durante a noite, Lázaro trocou tiros com a polícia e invadiu outra chácara, próximo à Lagoa Samuel, em Cocalzinho de Goiás, a 105km de Brasília. Na propriedade, ele baleou três pessoas, roubou duas armas e munições e fugiu. Agentes da Polícia Federal e Polícia Rodoviária se
juntam às buscas.
13 de junho
Durante a tarde, Lázaro furta um carro em uma chácara de Cocalzinho. Ele abandona o veículo após avistar um ponto de bloqueio montado pela polícia. Policiais iniciam intensa busca pela mata, usaram cães farejadores, drones e helicópteros. Mais 200 policiais e 50 viaturas do DF e de Goiás se unem e montam uma base no trevo de Cocalzinho.
14 de junho
Lázaro passa o dia fugindo da força-tarefa da polícia. Por volta das 22h, troca tiros com o caseiro de uma chácara de Edilândia. O funcionário afirmou aos policiais militares que acreditava ter acertado o fugitivo. “Gemendo ele disse: ‘Você me acertou, mas eu vou te matar’”, relatou o caseiro.
15 de junho
Por volta das 6h, Lázaro invadiu uma chácara em Edilândia. A movimentação do foragido foi registrada pelo circuito interno de segurança da casa. O caseiro chegou ao local para trabalhar e encontrou Lázaro dormindo. Ele pediu água e comida. Depois, fugiu pela mata. Mais tarde, Lázaro faz três novos reféns. Uma adolescente que estava no local enviou uma mensagem à polícia. “Socorro, o assassino Lázaro está aqui em casa”, escreveu. Quando a equipe de segurança chegou ao local, a casa estava vazia e revirada. Os policiais os encontraram, com Lázaro, em um córrego. O suspeito solta os reféns e dispara contra as forças de segurança. Um policial militar foi atingido no rosto e levado ao hospital.
16 de junho
Edenaldo, pai de Lázaro, com medo da repercussão do caso, deixa Edilândia. O criminoso invade outra chácara em Edilândia, que estava vazia. A base de operações da força-tarefa é transferida para o distrito de Girassol (GO). As tropas da PMDF são dispensadas e apenas o Batalhão de Operações Especiais (Bope) permanece como a principal força da capital federal atuando no caso.
17 de junho
Dois moradores de Girassol disseram ter visto Lázaro, porém a polícia não o encontrou. Pela tarde, houve mais uma troca de tiros entre o fugitivo e a polícia, mas Lázaro escapou novamente. Secretário Rodney Miranda diz que Lázaro pode estar ferido.
18 de junho
No 10º dia de buscas pelo foragido, além do bloqueio na BR-070 e das equipes que ficaram em pontos fixos, os policiais seguiram por terra para checar pistas do paradeiro
de Lázaro.