Pandemia

Força tarefa denuncia irregularidades em hospital de campanha do DF

Durante as diligências, a equipe soube que há apenas dois equipamentos de hemodiálise para 43 pacientes e cerca de 20 pacientes em estado grave

Pedro Marra
postado em 16/06/2021 21:54 / atualizado em 17/06/2021 11:59
Hospital de Campanha do Autódromo Internacional Nelson Piquet estaria com leitos vagos e profissionais sem vacinação -  (crédito: Material cedido ao Correio)
Hospital de Campanha do Autódromo Internacional Nelson Piquet estaria com leitos vagos e profissionais sem vacinação - (crédito: Material cedido ao Correio)

Representantes públicos identificaram, na manhã desta quarta-feira (16/6), irregularidades no Hospital de Campanha do Autódromo Internacional Nelson Piquet. Movida por denúncias, uma equipe de trabalho - denominada de Ação Covid - formada pela pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) e pela Comissão de Saúde da Organização de Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB), visitou o local e foi informada de que profissionais de saúde da unidade trabalham sem estarem vacinados.

Durante as diligências, com apoio do Conselho Regional de Serviço Social (Cress), a equipe também soube que há apenas dois equipamentos de hemodiálise para 43 pacientes, sendo que 20 estão em estado grave e deveriam ser transferidos para unidades de terapia intensiva (UTIs).

Segundo a Ação Covid, a unidade está impedida de receber novos pacientes até que atenda todas as recomendações da Vigilância Sanitária. De acordo com outra denúncia recebida, há 60 leitos vagos.

Assista um vídeo do local:

O deputado distrital Fábio Felix (Psol), que esteve no local, mostrou preocupação com o fato de 20 pacientes em estado grave estarem alocados na unidade, que deveria tratar apenas casos moderados da covid-19. Fábio considera graves as falhas identificadas pela fiscalização.

“É inaceitável que profissionais da saúde e terceirizados atuem no contato direto com contaminados sem estarem vacinados. Há também um erro grave por parte da regulação da Secretaria de Saúde, que está mandando pacientes em estado grave para um local que não tem condições de tratar essas pessoas. Vamos notificar o GDF e o MPDFT para solução das irregularidades encontradas”, destaca Fábio Felix.

A assessoria de Imprensa dos Hospitais de Campanha do DF afirmou que "não houve interdição das instalações do Hospital de Campanha do Autódromo, nem de seu funcionamento, e sim uma notificação para ajustes da operação e bloqueio temporário de novas admissões. Os 43 pacientes que já estavam internados permanecem no local, recebendo toda a assistência necessária", diz um trecho da nota enviada à reportagem.

"Afirmamos, ainda, que o estoque de medicamentos encontra-se plenamente abastecido, bem como a disponibilidade de quatro aparelhos de diálise, que atende com tranquilidade a demanda atual dos pacientes", finaliza o texto.

Ao Correio, a Secretaria de Saúde do DF informa que "já está sendo providenciada a inclusão dos empregados recém-contratados para os hospitais de campanha no grupo de profissionais da área de saúde a serem vacinados."

Segundo a pasta, a interdição do Hospital de Campanha do Autódromo foi realizada para novas admissões, e, a partir disso, a Central de Regulação e Internação Hospitalar (CERIH) não direcionou novos pacientes. "Aqueles já internados permanecem na unidade", diz a SES-DF.

Ainda de acordo com a assessoria de imprensa, o perfil do hospital é para recebimento de pacientes que necessitem de suporte ventilatório pulmonar e diálise à beira leito. "A unidade possui equipamentos compatíveis com a ventilação mecânica dos pacientes. São removidos aqueles que necessitem de suporte indisponível na unidade, como centro cirúrgico e outros. O direcionamento dos pacientes é realizado seguindo os critérios definidos pela Nota Técnica 09/2021 da CAT-COVID", conclui.

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