GASTRONOMIA

Piselli, o resgate de um sonho

Unidade em Brasília é a primeira fora de São Paulo, onde teve início a carreira de Juscelino Pereira, que se destaca pelo fato de ter começado como garçom e se tornado restaurateur bem-sucedido com apenas 35 anos

Liana Sabo
postado em 10/06/2021 22:58
 (crédito: Piselli/Divulgação)
(crédito: Piselli/Divulgação)

Quando retirarem o tapume, colocado no início do ano para esconder a reforma do espaço, onde por 10 anos funcionou o Gero, no Shopping Iguatemi, o brasiliense se surpreenderá com o novo ambiente que, em nada, tem a ver com o anterior. Dele só ficaram duas jabuticabeiras, que durante a safra, entre agosto e novembro, era muito prazeroso comer a fruta no pé.

“Eu vim, pela primeira vez, em dezembro e ainda me deliciei com as jabuticabas docinhas pregadas nas árvores”, lembra Joyce Oliveira, braço direito de Juscelino Pereira, o empresário da área de alimentação, que topou transformar a loja de esquina do centro de compras do Lago Norte em mais um Piselli, restaurante fundado por ele na capital paulista em abril de 2004.

Piselli Brasília é o primeiro fora de São Paulo, onde teve início a carreira do mineiro, que ganhou o prenome de JK e, em cuja história de vida se destaca o fato de ter começado como garçom e se tornado restaurateur bem-sucedido com apenas 35 anos. Acompanhado da mulher, Renata Pereira, Juça, como é conhecido o empresário de 52 anos, chega hoje a Brasília para ultimar os preparativos da casa, que será aberta ao público, na noite de quarta-feira, 16. Até lá, o casal receberá pequenos grupos para conhecer o novo restaurante em rodadas exclusivas para convidados, entre eles, Carlos Jereissati, proprietário da rede Iguatemi com quem Juscelino assinou contrato de locação na última semana de 2020.

Na ocasião, ele contou ao Correio: “O mundo dá muitas voltas, pouco antes de inaugurar o primeiro Piselli em São Paulo, fui convidado a montar um restaurante na capital, tremi na base, pois a proposta era boa e os sócios muito importantes. Um deles falou: ´já pensou Juscelino em Brasília, tem tudo a ver”.

Sem intervalo

O negócio acabou não saindo, mas o sonho não ficou esquecido. Dezessete anos depois, Juça investe na cidade em grande estilo. Ao contrário do Gero, o Piselli “será todo aberto”, afirma Joyce, referindo-se à fachada de vidro com frames dourados num projeto da Latão Arte, escritório paulistano de arquitetura, que se destaca pelo uso de ferro, latão, aço inox, vidro e madeira.

Na parte externa das jabuticabeiras, também houve profunda modificação. O jardim, cujo projeto é assinado pela Agroflores, pode ser visto de fora com seus ombrelones protegendo as mesas do sol do estio. São cinco de quatro lugares cada, além de um lounge para 20 pessoas. Já no salão, sob o comando do gerente Wagner Kurt, que veio do Piselli Jardins e do maître Maciel Nascimento, que trabalhou no Gero, há mesas com mais 100 lugares e um lounge para 15 pessoas em frente ao bar.

Tão ampla quanto o salão é a cozinha, cujas dimensões provocaram espanto no chef Rafael Silva que, ao vê-la proclamou: “Isto aqui é uma Ferrari”. De fato, depois da cozinha do Hotel Nacional, nos primeiros tempos da cidade, a maior e mais bem equipada foi a do Fasano, que montou no Iguatemi as instalações para o funcionamento do restaurante Gero. Além de Rafael, também atuará aqui outro chef de São Paulo, Adnilton Souza, que trabalha no Piselli Jardins desde a inauguração. Ao todo, a equipe é formada por 45 pessoas para garantir o atendimento todos os dias da semana, sem interrupção.

Receitas da Toscana

Do antepasto à sobremesa, há um cardápio no qual todas as receitas têm origem na Toscana, como os clássicos ancho alla Fiorentina grelhado com flor de sal e alecrim servido com batatas rústicas e rúcula selvagem (R$ 109); pappardelle com ragu di cinghiale (javali) por R$ 97 e cantucci com vin santo (biscoito com amêndoas para banhar no vinho doce) por R$ 59. Na entrada ainda tem polenta crocante com patê de fígado (R$ 47) e porqueta assada lentamente e servida em lâminas com molho de mostarda e mel na focaccia (R$ 53).

Como em todo o menu italiano, as massas vêm no primeiro prato acompanhadas de alguma carne ou não. Pode ser queijo como o pici all´aglione, que é uma massa com molho de tomates, perfume de alho, pimenta calabresa finalizado com pecorino toscano (R$ 77). Já o risoto Montalcino vem com o tinto e a linguiça toscanos e radicchio (R$ 114).

Também há um prato com peixe do dia marinado de alcaparras, ervas e azeitonas com purê al limone (R$ 102). Se você preferir encerrar a refeição com pecorino toscano, ele vem escoltado por uma geleia de figos (R$ 49).

Fora essas sugestões, a casa oferece outro menu extenso com pratos variados de todas as partes da Itália. O Piselli Brasília vai funcionar todos os dias, a partir de 12h, sendo que de segunda a quinta fechará às 23h; sexta e sábado, a 0h; domingos e feriados, às 22h. Reservas a partir do dia 16, pelo telefone 61 99913-7191.

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