GASTRONOMIA

Comida que o brasileiro adora

A culinária italiana é paixão no Brasil. Das pessoas que saem para comer fora, 41% vão a um restaurante com esse tipo de cozinha. Brasília ganha dois novos empreendimentos, o Nonna Augusta Trattoria e o Italianíssimo, na 412/413 Norte

É italiana a culinária que os brasileiros mais apreciam. Quando eles saem para comer fora, 41% vão a um restaurante italiano; 32%, a um oriental; 7%, a um português; e 6%, a um árabe. Os 14% restantes procuram outros tipos de cozinha. Esse é o resultado da pesquisa Hábitos Alimentares dos Brasileiros, na qual 7% dos estabelecimentos nacionais são focados na culinária italiana, sem contar as pizzarias.

Brasília ganha em um só espaço urbano da Asa Norte, a quadra 412/413, vizinha ao encantador Parque Olhos D´Água, dois empreendimentos que apostaram no filão representado pela gastronomia da Bota: Nonna Augusta Trattoria, na 413, e Italianíssimo (412), que abre as portas na próxima terça-feira. Não procure saber qual dos dois é mais autêntico, ambos têm credenciais peninsulares para responder a qualquer CPI do sabor italiano.

O chef Marcello Lopes, que inaugura o Italianíssimo, já ganhou concurso na Austrália como responsável pela “melhor pizza do mundo”, enquanto o Nonna Augusta traz o peso de uma cozinha italiana praticada por três gerações. No caso de empate, a decisão é sua depois de saborear os destaques dos cardápios.

Receitas de família

Coube a chef Anna Caribé, formada pelo Instituto de Culinária Italiana para Estrangeiros, cuja sigla é ICIF, com especialização em pâtisserie pela escola argentina de Mausi Sebess, assinar o cardápio de Nonna Augusta. Desde as entradas, como o mix de brusquetas (Parma, muçarela de búfala e tomate seco; damasco, queijo brie e mel e confit de tomate cereja, muçarela, parmesão e manjericão), passando pelas sopas e saladas até os principais de carne (parmeggiana e grelhados de frango e de filé-mignon), de arroz (risotos de frutos do mar; camarão e cogumelos) e de massas.

O capítulo de pastas é um universo à parte, porque, além da tradição em confeccioná-las artesanalmente, como a lasanha de massa fina que sai fumegante e gratinada do forno, há deliciosos molhos, cujo “segredo é a fidelidade à receita de família”, revela Rodrigo Braga, um dos três herdeiros de Rosana Querly, sexta filha de Maria Augusta, a Nonna que dá nome à trattoria.

Ela veio com cinco filhas de Patos de Minas para trabalhar como cozinheira em restaurantes e hotéis de Brasília. Rosana, a caçula, nasceu aqui, e, ao se casar com Wagner Braga, descendente de italianos, os dois sempre atuaram na área de alimentação, sendo que o último negócio é justamente a Nonna Augusta, pizzaria e trattoria, aberta há 4 anos na QI 27 do Guará II e cuja filial, com bonita decoração, funciona há um mês e meio na Asa Norte. Telefones: 3554-1256 (Guará II) e 3964-5999 (413 Norte)

Tudo é muito fresco e feito na hora, como o talharim que pode ser de espinafre (R$ 35) ou tradicional com mini polpetas ao molho: branco, pomodoro, rosé, gorgonzola, bolonhesa e pesto verde (R$ 52). Se a massa for de tinta de lula salteada no azeite com ervas, camarões e tomate cereja, sai por R$ 57,80. O menu traz inclusive pratos veganos, como tagliatelle com cogumelos frescos e azeite trufado por R$ 59,90.

Hora de investir

Desde que abriu, há quase três anos, o Blend Boucherie, uma boutique de carnes com sotaque francês, na 412 Norte, o chef Marcello Lopes tinha a convicção de que a cucina italiana é, hoje, apreciada como nunca antes o fora. A ponto de manter no fundo do pequeno salão o Cantinho Italiano, no qual o delicioso destaque era o risoto de camarão com pera flambada, caramelo salgado e amêndoas laminadas finalizado com champanhe e grana padano (R$ 78,90), que continua em cartaz no Italianíssimo.

“Sempre cultivei o desejo de ter um restaurante de massas e pizzas. A oportunidade veio na pandemia com o espaço que vagou ao lado do Blend (ali funcionava o Il Pandrino, de Alessandro Cossu), e aí não tive dúvidas, sabia que era hora de investir”, revela o chef, cuja intimidade com a gastronomia mediterrânea já lhe valeu o convite para integrar a FIC (Federação Italiana de Chefs). Em julho, assumirá a diretoria regional da entidade o chef napolitano Rosario Tessier.

Além de antepastos, saladas e sopas, a nova casa focará nas pastas frescas recheadas e risotos, além de pizzas assadas no forno a lenha. Nessa época de noites mais frias, boa pedida são as sopas, como a de tomate italiano com bacon defumado; de abóbora com gengibre e mel, ambas por R$ 31,90 cada, e também a de batata-baroa com frango e brócolis, por R$ 35,90. Entre as pastas, destaque para o ravióli Florença (recheado de brie e geleia de damasco, ao molho de manteiga e sálvia com amêndoas e grana padano) por R$ 65,90.

A grande estrela do cardápio é a pizza que já foi considerada a melhor do mundo e vem com molho napolitano, muçarela, frango em cubos, espinafre, queijo brie e abacate com limão siciliano em dois tamanhos: R$ 67, pequena, e R$ 83, grande. Outra que promete ter grande aceitação é a Filetto di Manzo, coberta por lascas de filé, molho napolitano, muçarela, requeijão, alho frito e manjericão fresco. A pequena custa R$ 66 e a grande, R$ 82. Funciona de terça a domingo, telefone: 3964-4442.