RELIGIÃO

Dia de Santa Rita, padroeira dos desamparados, é celebrado neste sábado

Durante a pandemia da covid-19, muitos fiéis católicos têm recorrido à protetora contra as pestes. Paróquia da 609 Sul preparou cronograma especial para comemorar o dia da padroeira dos desamparados e santa das causas impossíveis

Nascida em 1381, na região de Umbria, na Itália, Margherita Lotti foi um exemplo de vida e fé. Foi filha, esposa, mãe, viúva e freira, até se tornar Santa Rita de Cássia, a padroeira dos desamparados e santa das causas impossíveis. Hoje, milhares de católicos celebram o dia dela. A Paróquia Santa Rita de Cássia, na 609 Sul, preparou um cronograma especial para a data (veja Festa de Santa Rita).

A história de Santa Rita foi repleta de eventos extraordinários (veja Causas impossíveis). Falecida em 22 de maio de 1457, ela foi beatificada no ano de 1627, em Roma, pelo papa Urbano VIII, e canonizada em 24 de maio 1900, pelo papa Leão XIII. Pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia desde 2016, Iran Preusse conta que a padroeira deixou ensinamentos os fiéis. “Ela nos ensina que, apesar de todas as adversidades da vida, seguir os desígnios de Deus sempre é a melhor escolha. Que Deus sempre auxilia, fortalece e faz frutificar quem deposita a vida e a esperança nele”, pontua.

Para o sacerdote, Rita soube viver o ordinário do dia, como uma mulher simples, mas de grande coração. Em meio ao tempo de grandes incertezas e dificuldades com a pandemia do novo coronavírus, Iran ressalta que é também dessa forma que conseguiremos passar pelos momentos de provação. “Santa Rita, como todos os santos, nos ensina que a vida é uma imitação dos passos vividos pelo próprio Cristo, e como tal, temos de crer diante de toda e qualquer provação. A pandemia é algo que passará mais cedo ou mais tarde. Porém, aquele que deposita sua confiança em Deus será recompensado pelo dom da fé e da fortaleza”, diz.

A esperança deve ser o motivador. “O homem que para de sonhar perde o sentido de sua própria existência. Santa Rita nos ensina a ressignificar a própria vida. A vida dela foi algo de renovação e aprendizado constante. Com seu testemunho, podemos crer em Cristo e aprender o valor da cruz sem perder a verdadeira visão na crença no ressuscitado”, defende o pároco.

Devoção

As diferentes experiências vocacionais que Rita vivenciou fizeram da advogada Ana Luísa Cunha Campos Dieguez, 53 anos, uma fiel devota. “Minha devoção começou quando, conhecendo a história da santa, descobri que ela era a única que tinha sido esposa e mãe, e, após ficar viúva, ter ido para o convento e se tornado uma religiosa especial. Ela conheceu todos os estados possíveis da vida de uma mulher, e em tudo foi notável”, conta.

Após nutrir a santa devoção, Ana diz que se acostumou a recorrer à intercessão de Rita. “Em toda e qualquer situação difícil que enfrento, peço ajuda da santa para me inspirar e intervir por mim junto a Deus”, revela. Para isso, a advogada diz que busca novas experiências com a padroeira. “Vivo minha devoção participando ativamente da vida paroquial, participando das missas e fazendo dessa paróquia minha casa, minha comunidade, onde fiz muitas amizades especiais”, pontua.

Padroeira

“Não é só a santa dos casos impossíveis, mas dos desesperados, dos desamparados, daqueles que olham ao redor e não conseguem encontrar esperança”. Foi em meio à falta de esperança que a pedagoga Adriana Nogueira Menke, 30 anos, tornou-se devota de Santa Rita de Cássia. Casada há sete anos e mãe de Luana, 4, ela conta que a história com a padroeira vem de anos. “Começou no batismo. Minha mãe sempre frequentou a Paróquia Santa Rita de Cássia, então, os primeiros sacramentos foram todos ali. No começo, somente frequentava, e, aos poucos, fui conhecendo sua história”, recorda.

Aos poucos, a intimidade com a história de Rita foi surgindo. Adriana conta que foi em sua primeira gravidez que recorreu, com todo o seu coração, à intercessão da padroeira. “Infelizmente, tive um aborto retido. Precisei fazer a retirada do bebê e isso me abalou muito. Em minhas orações, pedi proteção e calma para Santa Rita e Nossa Senhora Aparecida. Senti-me muito amparada”, explica. “No hospital, no momento da retirada do bebê, eu pude sentir que Santa Rita estava comigo. Durante o procedimento, foi como um sonho, em que Santa Rita e Nossa Senhora Aparecida estavam juntas esperando pelo meu bebê”, diz.

Poucos meses depois, a pedagoga descobriu que estava grávida novamente. “Foi o momento em que essa relação ficou mais forte, pois foi uma gravidez difícil, que precisou de muitos cuidados”, pontua. Para Adriana, a santa é intercessora dos desesperançosos. “Tem uma música que diz: “se esperança se acabou, se alma segue aflita, pede logo a proteção de Santa Rita”. Minha devoção é falar dela, participar dos momentos de celebração em honra a ela. Mas, o mais importante é ver na vida de Santa Rita um modelo a ser seguido de fé e amor. Mais do que pedir à santa, é conseguir aprender com sua vida”, completa.

Festa de Santa Rita

Paróquia Santa Rita de Cássia (609 Sul)

- Missa a cada 1h30 (é necessário agendar pelo telefone 3242-6574)
- Horário: 7h30, 9h, 10h30, 12h, 13h30, 15h, 16h30 e 18h
- Missa presidida pelo arcebispo de Brasília
- Horário: 19h30
- Barraquinhas com comidas típicas (somente para levar)
- Almoço em honra a Santa Rita
- Horário: das 12h às 14h
- Loja com artigos religiosos
- Loja de rosas de Santa Rita


Causas impossíveis

Quando criança, Santa Rita foi deixada por alguns minutos sozinha em uma cesta na roça enquanto os pais dela trabalhavam na terra. Lá, foi circundada por um enxame, mas, nenhuma abelha a picou. Um agricultor, que havia ferido a mão com uma enxada, estava em busca de socorro e passou em frente à cesta onde estava Rita. Ele viu as abelhas que rodeavam a criança, e, à medida que movia os braços para espantá-las, sua ferida ia cicatrizando. Após a morte de Rita, ela já era venerada como protetora contra a peste, provavelmente pelo fato de ter se dedicado aos cuidados de enfermos, sem se infectar com as doenças contraídas por eles.