Justiça

Homem é condenado a 20 anos por morte de motorista de aplicativo

Crime ocorreu em abril de 2019. Acusado ficou foragido por mais de um ano, até ser preso preventivamente. Ele vai cumprir pena em regime fechado

O homem acusado de matar a tiros um motorista de aplicativo após uma discussão de trânsito em abril de 2019, no Itapoã, foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). A condenação pelo homicídio qualificado foi proferida nessa quinta-feira (20/5).

O crime ocorreu em plena Avenida Comercial da cidade, por volta das 20h. A vítima era Felype Anderson de Sousa, 22 anos, motorista de carro por aplicativo. Enquanto ele estacionava o veículo, Alessandro Guerreira Barros, que passava pelo local, bateu na lateral do automóvel. Os dois desceram de seus carros e começaram a discutir. Quando Felype estava de costas para entrar no carro, Alessandro disparou três vezes contra ele. Felype não resistiu aos ferimentos e morreu meia hora depois.

O juiz Dúlio Teixeira da Silva considerou que o assassinato ocorreu por motivo fútil, e que o uso da arma de fogo dificultou a defesa da vítima. Por isso, negou a possibilidade de que Alessandro aguardasse pela julgamento do recurso em liberdade.

"A manutenção da prisão cautelar justifica-se pela necessidade do resguardo da ordem pública. Com efeito, há registro de uma condenação definitiva por homicídio tentado e outra por porte de arma de fogo. Implica concluir-se, pois, que, solto, encontrará os mesmos estímulos para a prática de ilícitos", escreveu Teixeira na sentença, se referindo às passagens policiais do réu.

No processo, Alessandro alegou ter agido em legítima defesa. O réu afirmou que esbarrou com o carro no veículo da vítima, e parou logo a frente e que Felipe teria descido do carro, aparentemente nervoso, e exigido que Alessandro pagasse o conserto. Depois da discussão, a vítima voltou ao próprio automóvel. Alessandro disse que nesse momento ficou acuado, e temeu que Felipe pudesse buscar algum instrumento no veículo para machucá-lo e, por isso, sacou a arma da cintura e disparou três vezes. Ele chegou a pedir perdão à família da vítima, dizendo estar arrependido.

Contudo, vídeos do momento do crime mostram houve uma discussão rápida anterior ao ataque e que Alessandro teria ameaçado a vítima. Felype estava noivo e se casaria no mês seguinte ao episódio. Segundo o relato na condenação, abalada pela perda do rapaz, a noiva da vítima precisou mudar de cidade e passou vários meses em acompanhamento psicológico.

Depois do crime, Alessandro fugiu e foi considerado foragido pela polícia. Ele só foi localizado em outubro do ano passado, mais de um ano depois do homicídio, ocasião em foi preso preventivamente.