SEGURANÇA

Número de mortes no trânsito do DF em abril é o menor dos últimos 20 anos

O número de óbitos registrados em acidentes no Distrito Federal em abril é o menor dos últimos 20 anos. Educação e fiscalização estão entre as principais estratégias adotadas pelo Detran para reduzir as tragédias nas vias da capital

A quantidade de mortes no trânsito do Distrito Federal em abril é a menor dos últimos 20 anos. Levantamento mais recente do Departamento de Trânsito (Detran-DF) traz oito óbitos, contra 12 no mesmo período de 2019. Uma redução de 33,3%. A queda é significativa pois, em abril do ano passado, vigorava o primeiro lockdown para evitar a disseminação do novo coronavírus, diferentemente deste ano, quando as restrições tinha sido flexibilizadas. Os dados são preliminares, pois são incluidas nas estatísticas as mortes ocorridas até 30 dias após o acidente. Uma das vítimas é uma jovem de 21 anos, moradora de Ceilândia. Ao perceber que o filho de 4 anos seria atropelado, correu ao encontro dele. Os dois foram atingidos por uma moto. Ela morreu no local, mas salvou a vida do filho.

Em entrevista ao Luz aos Fatos, podcast do Correio Braziliense, o diretor-geral do Detran, Zélio Maia, atribuiu a queda de mortes às ações educativas e de fiscalização. “Além das abordagens educativas nas ruas, bares e restaurantes, atuamos para coibir e punir os infratores”, afirmou Maia. De janeiro a abril deste ano foram realizadas 79 atividades educativas que alcançaram um público de 29.905 pessoas, segundo o órgão.

Para se ter uma ideia, mesmo com o toque de recolher e a limitação de venda de bebidas alcoólicas, agentes do Detran, do DER e do Batalhão de Trânsito da PM fizeram 6.386 autuações de condutores alcoolizados ao volante entre janeiro e abril. Um aumento de 19,5% este ano comparado com o mesmo período do ano passado (5.340).

Entre os flagrados dirigindo após beber está um microempresário de 29 anos que pediu para não ser identificado. Em um almoço para celebrar o aniversário de namoro, ele diz ter tomado uma taça de vinho. “Pedi só uma taça, porque minha namorada não bebe e não dirige. O restaurante fica há duas quadras de casa. Arrisquei e fui pego”, relata o homem, que teve a CNH e o carro apreendidos, e vai responder por embriaguez ao volante.

Desafio
A redução das vítimas do trânsito no DF tem ocorrido de maneira sistemática nos últimos anos. Tanto que o DF foi uma das poucas unidades da federação a cumprir a meta da década, de reduzir à metade o número de mortos no trânsito entre 2011 e 2020. No entanto, a guerra no asfalto está longe de chegar ao fim.

O próximo desafio é, novamente, reduzir em 50% os óbitos em acidentes até 2030. Uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é a oferta de transporte público acessível, seguro, a um preço que o cidadão possa pagar. Bater esse desafio implica em uma política de mobilidade urbana perene e que integre diferentes áreas do governo.

Uma das apostas do Detran é o investimento na educação. Desde agosto passado, 2,5 mil professores foram capacitados para ensinar lições de trânsito para os alunos do ensino médio. E, assim que as aulas voltarem, agentes do Detran vão participar diretamente da formação teórica dos estudantes. “Vamos implantar em todas as escolas, no contraturno. O estudante que participar do projeto já sai pronto para fazer a prova teórica, sem necessidade de fazer autoescola para aprender a teoria”, antecipou Zélio Maia.

Divulgação/Detran - Ação Detran
Minervino Júnior - Carros
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