GASTRONOMIA

Um festival de muitos sabores

Bares e restaurantes dão início ao evento mais importante da alimentação fora do lar no DF. Pelo menos 161 estabelecimentos se engajaram, com atendimento presencial ou por delivery. Os preços dos pratos vão de R$ 34 a R$ 74

Desde que foi reaberto pela última vez, há 29 dias, para atendimento presencial, o setor de bares e restaurantes dá início ao evento mais importante da alimentação fora do lar. Começou ontem o Festival Brasil Sabor com 161 participantes associados ou não da Abrasel, que congrega 264 filiados e promove, anualmente, o evento, “uma excelente oportunidade para movimentar a economia da cidade”, na opinião do presidente da entidade, Beto Pinheiro.

Até 30 de maio, o brasiliense terá a chance de experimentar pratos novos ou ícones já existentes no menu, por preços promocionais, durante os 17 dias dessa edição comemorativa aos 15 anos do festival, que tem por objetivo celebrar a diversidade gastronômica.

São três faixas de preço: R$ 34, R$ 54 e R$ 74. O prato vai à mesa com uma Coca-Cola sem açúcar, em lata. “Pelo segundo ano consecutivo, a parceria com a Coca-Cola foi crucial neste momento tão delicado que estamos vivendo. Espero que possamos mantê-la nos próximos festivais”, proclamou o dirigente da Abrasel. Além do refri mais consumido do mundo, patrocinam o evento Sebrae e Iesb.

Este ano, o festival traz o modelo híbrido: o combo pode ser degustado nos restaurantes e bares ou em casa fazendo o pedido por delivery (do próprio local ou de plataformas como Ifood, Rappi e outras). Alguns endereços também praticam o take out, no qual você busca o prato.

Toque do Cerrado
Outra novidade é a parceria que se estabeleceu com o projeto Cerrado no Prato, sob a curadoria da chef, pesquisadora e professora de gastronomia do IFB, Ana Paula Jacques, que procurou incentivar os chefs a incluir produtos da sociobiodiversidade do Cerrado nas suas receitas. A ideia é estreitar a relação dos brasilienses com o bioma por meio da gastronomia.

Apenas sete estabelecimentos aderiram ao projeto, sendo que três — Parrilla Burger, Casa Baco e Baco Pizzaria — pertencem ao mesmo proprietário, o chef Gil Guimarães, notório ativista da causa, a ponto de ter desenvolvido uma pizza cerratense. Nos dois endereços da Baco Pizzaria, será oferecido o disco de massa napolitana assada no forno, coberta de queijo meia-cura da Canastra, mas com molho de pesto do Cerrado, feito com baru, alfavaca, tomate e pimenta-de-macaco batido no pilão com azeite.

Igualmente defensor da nossa biodiversidade, o chef e pesquisador Leo Hamu elaborou com vinagrete de cajuzinho servido com filé de sobrecoxa grelhado, uma releitura do Arroz de Puta Rica, prato tradicional da culinária goiana. “Reza a lenda que as prostitutas da Cidade de Goiás ficavam à espera dos viajantes com uma farta galinhada, enquanto as ricas — no aguardo de fazendeiros abonados — incrementavam o prato com linguiças, carnes defumadas, azeitonas e tudo o mais que podiam dispor”, relata o pesquisador, que fornece a iguaria somente por delivery, de segunda a sábado, no almoço.

Chef do Complexo Brasil 21, Myriam Carvalho aderiu à proposta com a Paella do Cerrado que leva linguiça suína, galeto, lombo e temperos diversos, incluindo taioba, pasta de pequi e castanha de pequi, servida no Norton. Já o Bla´s Cozinha Criativa, da 406 Norte, entrou no ranking com um salmão ao molho de maracujá do cerrado. E, ainda na Asa Norte, no Bloco E da 413, o Barziin, comandado por quatro mulheres, participa pela segunda vez do festival, este ano com Pastelziin do Cerrado, feito com a clássica massa de pastel da casa e recheado de frango cozido e desfiado. O toque regional é dado pela maionese de pequi em conserva.

A curadora Ana Paula Jacques atribui o pequeno número de adesões ao tema Cerrado às dificuldades que os estabelecimentos enfrentam na pandemia em relação a uma maior proximidade com o produtor. Para ela, o objetivo maior do projeto é “chamar a atenção para o bioma ameaçado”.

Cardápio variado
Tem pratos para todos os gostos na 15ª edição do Brasil Sabor. Do galeto à costelinha de porco; do picadinho ao camarão (como o do Carpe Diem, que vem com abacaxi, arroz de coco, legumes e curry); da carne de sol às coxinhas crocantes recheadas com rabada e molho aioli de agrião, do Godofredo.

Você também poderá desfrutar de culinárias internacionais como a latina, na qual o El Paso Texas está presente em seus três endereços com fajitas (tiras de filé mignon em cebolas e pimentões grelhados, frijoles refritas, guacamole, arroz mexicano, salsa roja e pico de gallo picante) e saborear os mais nobres produtos que o mar oferece: o polvo da Fortunata e a lagosta do Brasis Ateliê Gastronômico, no Lago Oeste.

A maioria dos estabelecimentos atende presencialmente, mas há alguns que só têm delivery, como o Pân Hén, em Águas Claras, onde Guilherme Castelli Simi, de origem italiana, confecciona tortas artesanais, entre as quais, a de frango com requeijão, é o carro-chefe. Ah, o nome da casa é uma expressão grega que significa “todos somos um”. Confira o menu e preços no site www.brasil.sabor.com.br.

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