Pessoas com comorbidades na faixa etária de 50 a 54 anos começam a ser vacinadas hoje contra covid-19 no Distrito Federal. A Secretaria de Saúde abriu, ontem, o agendamento da para esse grupo no portal vacina.saude.df.gov.br. Para fazer o registro, o paciente precisa informar nome, CPF, altura, peso, data de nascimento, telefone, e-mail, CEP e especificar de qual comorbidade é portador (a lista está disponível em http://saude.df.gov.br/vacinacomorbidades). Apesar de o cadastramento estar disponível para quem tem de 18 a 59 anos e diagnóstico de doenças crônicas, o agendamento para a vacinação tem sido aberto por faixas etárias e, por enquanto, apenas as pessoas acima de 50 anos podem agendar a imunização.
Segundo a pasta, foram disponibilizadas ontem 10 mil vagas para esse grupo, que serão aplicadas em cinco dias — de hoje a segunda-feira. Nem todos os 55 pontos de vacinação, entretanto, estão com horários disponíveis para os cinco dias. É preciso checar o dia e a hora no momento do agendamento, pois os espaços vão sendo ocupados e saem da lista do portal conforme o andamento da marcação. “As vagas são disponibilizadas nas regiões de acordo com as doses encaminhadas”, explicou a Secretaria de Saúde. Ontem, o Ministério da Saúde divulgou que o DF vai receber mais 49,9 mil doses de vacinas nos próximos dias, sendo 23, 3 mil da AstraZeneca e 26,4 mil da CoronaVac.
Ainda segundo o documento, as doses da vacina chinesa produzida pelo Instituto Butantan (SP) serão destinadas para a vacinação de pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas e pessoas com deficiência permanente. As unidades da AstraZeneca/Oxford virão carimbadas para a segunda dose nos idosos.
A Secretaria informou que retoma hoje a imunização de gestantes e puérperas. A vacinação para esse grupo estava suspensa desde terça-feira após uma recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), depois de o Ministério da Saúde informar que está investigando um “evento adverso” ligado à aplicação da vacina da AstraZeneca neste grupo.
Cuidados
A infectologista Ana Helena Germoglio explica que o paciente deve observar as enfermidades prioritárias, listadas pelas autoridades de saúde. “Essas comorbidades elencadas são fruto de pesquisas que mostram, estatisticamente, quais são as principais comorbidades associadas a quadros mais graves da covid-19. A ideia é adiantar a vacinação das pessoas com maior risco, até porque quanto menos pacientes ficarem doentes de forma grave, melhor para todo mundo, inclusive para o sistema de saúde”, destaca a médica.
A especialista ressalta que é preciso prestar atenção para o estado da enfermidade. “Algumas dessas condições requerem que a doença esteja sob controle para que a pessoa se vacine, principalmente pacientes imunossuprimidos, para não acontecer de o imunizante ter efeito aquém do esperado ou gerar reações por conta da própria doença, que podem ser associadas à vacina”, esclarece Ana Helena, que condena quem não quer se imunizar para escolher qual vacina tomar. “Todas os imunizantes liberados pela Anvisa são bons, seguros e eficazes. Os efeitos colaterais são ínfimos quando comparados com o potencial de gravidade que os grupos prioritários têm. A melhor vacina é a que está disponível”, conclui a infectologista.
Kleiber Ribeiro, 54 anos, é servidor público e conseguiu agendar a vacinação contra a covid-19 para amanhã. “Sou hipertenso e estou muito ansioso para me vacinar, pois, atualmente, é a medida de combate mais eficaz que temos”, diz. O morador de Vicente Pires afirma que não tem preferência por nenhuma vacina e vai tomar a que estiver à disposição. “Sem preconceitos”, completou.