Comandante-geral do Corpo de Fuzileiros Navais, o almirante de esquadra Paulo Martino Zuccaro explicou a ampla atuação das forças navais no país, inclusive durante a pandemia da covid-19, no CB.Poder — parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília. “Nós compomos uma tropa de elite que o Brasil dispõe para operações de grandes capacidades militares”, afirmou, nesta quarta-feira (5/5), em entrevista ao jornalista Carlos Alexandre de Souza.
No contexto de pandemia, o comandante revela que a corporação teve participação efetiva no enfrentamento à circulação do novo coronavírus. “Em nosso centro tecnológico, produzimos equipamentos de proteção individual e hospitalares, como máscaras, que começaram a faltar no início da crise. Também fizemos um equipamento com suporte de microcâmeras para auxiliar no processo de intubação de pacientes. Entramos fundo na área de metalurgia, cujo objetivo foi fabricar camas e outros itens médicos — que se tornaram escassos no mercado mundial. Desenvolvemos uma câmara de pressão negativa para diminuir a chance de infecção de profissionais de saúde. Houve muita pesquisa para preencher as lacunas na produção de insumos médicos”, enumerou o comandante-geral.
Zuccaro ressaltou que o trabalho das forças navais precisa de muito recurso e capacitação. “As nossas missões exigem uma série de demandas operacionais. Por essa razão é que também estamos bem equipados para realizar outras operações militares de amplo espectro — embora de menor emprego da força, mas igualmente úteis ao país. Isso vai desde os conflitos armados tradicionais, operações de assistência humanitária, missões de paz, garantia da lei da ordem e resposta a desastres naturais”, completou o militar.
O Corpo de Fuzileiros Navais age, ainda, em ações ambientais, como no reparo causado pelo derramamento de óleo no litoral brasileiro em 2019. “Nós atuamos na descontaminação da água. Esse desastre ambiental afetou cerca de um terço da costa brasileira. Foram deslocados diversos grupamentos operativos para descontaminar praias e, sobretudo, os locais mais críticos. Também estivemos envolvidos no combate a incêndios recentes no país. O fuzileiro naval é um combatente de múltiplos ambientes”, frisou Zuccaro.
* Estagiário sob a supervisão de Guilherme Marinho