Os ônibus do Distrito Federal voltam a circular normalmente nesta terça-feira (4/5), após 24 horas de paralisação total dos rodoviários. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres de Passageiros Urbanos, Interestaduais, Especiais, Escolares, Turismo e de Carga do Distrito Federal (Sittrater-DF) informou que as atividades da categoria serão totalmente restabelecidas.
Nesta segunda-feira (3/5), a categoria suspendeu 100% da circulação dos coletivos, e nenhum ônibus saiu às ruas. Com a situação, muitos brasilienses tiveram de recorrer ao transporte pirata ou por aplicativo para chegar ao trabalho. Os rodoviários cruzaram os braços para cobrar do Governo do Distrito Federal (GDF) a vacinação da categoria, que ainda não entrou na lista de grupos prioritários da campanha de imunização contra a covid-19.
O movimento acabou na Justiça. No sábado (1º/5), uma decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) suspendeu a greve dos rodoviários e determinou que houvesse manutenção da frota mínima de 60% dos ônibus em circulação no horário de pico e de 40% nos demais períodos do dia. A multa estabelecida ficou em R$50 mil por dia em caso de descumprimento.
No dia seguinte, a segunda instância da corte reconheceu o direito de greve dos trabalhadores dos serviços de transporte público e suspendeu a liminar anterior. A desembargadora que analisou o caso considerou que o pedido de suspensão deveria partir da Justiça do Trabalho e, portanto, o movimento poderia continuar.
O Executivo local recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o argumento de que o serviço de transporte público é considerado essencial. Em decisão divulgada na noite desta segunda-feira (3/5), o presidente da corte, Humberto Martins restabeleceu a liminar da primeira instância do TJDFT, POR entender que a interrupção do serviço representa risco à ordem pública.
O Sinttrater ainda não comentou a decisão do STJ. No entanto, em nota anterior, o sindicato havia destacado que vai discutir os próximos passos da reivindicação dos trabalhadores e que a categoria não descarta a possibilidade de fazer novas paralisações caso não haja acordo com o governo.
"O GDF mudou a promessa que incluía os trabalhadores no calendário de vacinação prioritariamente. Após esse anúncio, alterou o discurso e passou a informar que, somente após vacinar as forças de segurança e professores, os trabalhadores do transporte entrariam na fila. Ocorre que, com a falta de vacinas, isso só viria a ocorrer dentro de longo prazo", afirma o texto do sindicato. A entidade reforçou que a categoria fica diariamente exposta e tem índices altos de contaminação.
Na reunião mais recente com os líderes do movimento, na sexta-feira (30/4), o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, afirmou que não seria possível vacinar a categoria em regime de prioridade mesmo que houvesse doses. O motivo seria o fato de os rodoviários não estarem entre as prioridades previstas no calendário nacional de vacinação.