Prisão

Substituto do chefe do Comboio do Cão é preso na fronteira com a Bolívia 

Segundo investigações, Leandro de Matos Ferreira assumiu o comando da cúpula após o chefe ser preso no começo de abril

Darcianne Diogo
postado em 28/05/2021 14:30 / atualizado em 28/05/2021 19:56
Leandro de Matos integra a maior facção criminosa da capital, o Comboio do Cão -  (crédito: divulgação/PCDF)
Leandro de Matos integra a maior facção criminosa da capital, o Comboio do Cão - (crédito: divulgação/PCDF)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, nesta sexta-feira (28/5), um homem suspeito de integrar a maior facção criminosa da capital, o Comboio do Cão. Investigações indicam que Leandro de Matos Ferreira assumiu o comando da cúpula após o chefe, Wilian Peres Rodrigues, conhecido como Wilinha, ser preso no começo de abril.

Leandro é acusado de ter cometido um roubo no Lago Norte, no ano passado. Contra ele, há dois mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça do DF, sendo um pela prática do roubo e o outro por integrar organização criminosa. Segundo as investigações, o criminoso também teria fugido do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) no Complexo Penitenciário da Papuda.

A operação contou com o apoio da polícia boliviana
A operação contou com o apoio da polícia boliviana (foto: PCDF/Divulgação)

Leabdro foi preso pela 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) em Corumbá (MS), na fronteira do Brasil com a Bolívia. A operação contou com o apoio da polícia boliviana. A cidade fica a 800km de Paranhos (MS), região onde Wilinha estava escondido, em uma casa alugada com um traficante da região. O local, de acordo com a apuração policial, é um ponto estratégico para facilitar a entrada de armas e drogas no país. Leandro ficará à disposição do Poder Judiciário e responderá, além dos crimes pelos quais já se encontrava cumprindo pena antes de empreender a fuga (furto, receptação, roubo, tráfico de drogas), pela prática de roubo circunstanciado, pelo emprego de arma de fogo (reclusão, de quatro a dez anos, e multa) e por integrar organização criminosa (reclusão, de 3 a 8 anos).

Comboio do Cão

Wilinha, como era mais conhecido, atuava na cúpula como “atacadista”, uma tarefa que exigia jogo de cintura para investir capital nas mercadorias ilícitas e planejar as rotas que os produtos deveriam seguir para evitar as fiscalizações. Foragido desde 2017, o criminoso foi preso em uma operação do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil (Decor/PCDF) no começo de abril.

Foi para articular a entrada de armas e drogas no Distrito Federal que Wilian se instalou em uma residência de alto padrão em Paranhos (MS), cidade dividida com o Paraguai por uma rua. Na casa, alugada nas mãos de um traficante local, o chefe do Comboio do Cão morava com a namorada. Na função de “atacadista”, Wilinha precisava dispor de alto investimento de capital para financiar o envio de drogas e armas à capital, de modo que chegasse até aos pequenos traficantes das mais diversas cidades de Brasília.

Concentrados em regiões como Riacho Fundo 2, Recanto das Emas e Taguatinga, o Comboio do Cão participou de assassinatos, tráfico de drogas e armas, lavagem de dinheiro e roubos de veículos. A facção se instalou na capital em meados de 2013, fruto de uma disputa de gangues por pontos de drogas no DF. A polícia estima que o grupo esteja envolvido em mais de 500 ocorrências criminais e cerca de 30 homicídios.

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