Representantes do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) querem esclarecimento sobre as condições de funcionamento da unidade acoplada ao Hospital Regional de Samambaia (HRSam). Em 17 de maio, uma equipe da força-tarefa do órgão esteve no local e constatou uma série de problemas que impedem a operação adequada do espaço.
Nesta terça-feira (25/5), o MPDFT encaminhou um ofício para a Secretaria de Saúde do Distrito Federal questionando sobre os pontos encontrados pela equipe da força-tarefa durante a inspeção. O órgão também encaminhou uma lista de adequações necessárias para o funcionamento da unidade acoplada.
Um dos problemas destacados pelo Ministério Público, está a quantidade de leitos que podem efetivamente ser disponibilizados. A nova estrutura anexada ao HRSam conta com 100 pontos de oxigênio, mas isso não significa, necessariamente, a possibilidade de abertura do mesmo número de leitos, ressaltou o MPDFT. Para isso, é necessário atender requisitos como a acessibilidade e a disponibilização de sala de prescrição.
De acordo com o órgão, a Secretaria de Saúde deverá avaliar a quantidade efetiva de leitos que podem ser disponibilizados. Além disso, segundo o documento, não existem, na estrutura do hospital acoplado, salas para atendimento de urgências e emergências. “Diante do aumento do número de leitos, é preciso uma ampliação compatível com a nova demanda. Com a vistoria, verificamos a necessidade da adoção de providências na estrutura e a designação de recursos humanos”, ressalta relatório do MPDFT.
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Laboratório e lavanderia
A inspeção verificou ainda que não há laboratório ou lavanderia no prédio novo, dessa maneira, será necessário utilizar a estrutura do hospital principal. Para o MPDFT, o Hospital Regional de Samambaia não tem capacidade disponível para prestar esses serviços aos novos pacientes, considerando a sobrecarga da demanda existente.
O relatório da força-tarefa também apontou a necessidade de destinar área para repouso e refeitório aos profissionais que trabalharão na nova estrutura. "Devido à pandemia, deve-se evitar o cruzamento de fluxo entre servidores que prestam assistência a pacientes com covid-19, que será realizada no acoplado, e aqueles que atendem o público não infectado pelo novo coronavírus", destaca o MPDFT.
Segundo o órgão, a secretaria deverá adotar providências para a reforma da entrada do prédio, de forma permitir o acesso de ambulâncias, e adequar o espaço usado para transporte de pacientes entre as duas áreas do hospital. “A falta de um trajeto completamente coberto para levar os pacientes do acoplado para o hospital torna necessário que esse transporte seja realizado por uma ambulância, aumentando o tempo e o custo do transporte, além dos riscos ao paciente”, aponta o documento enviado à pasta.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que foi notificada e que irá prestar todas as informações dentro do prazo estabelecido. A extensão no Hospital Regional de Samambaia servirá para atendimento aos pacientes de covid-19 e, após a pandemia, a estrutura será mantida no local para atender a demanda da região.
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