Internada desde domingo (23/5) por ordem judicial, a jovem, de 19 anos, acusada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) de planejar um atentado a uma escola pública do Recanto das Emas recebeu a primeira visita da mãe nesta terça-feira (25/5). A conversa ocorreu por chamada de vídeo, já que as visitas presenciais estão suspensas em decorrência da covid-19.
Em entrevista ao Correio, a dona de casa contou que a filha está chorosa e só pede para ir para casa. “Eles (equipe médica) receberam ela achando que ela estava em surto, mas não é o caso. Minha filha foi internada contra a minha vontade, mas por um lado foi bom para resguardá-la. Estávamos recebendo muitos comentários maldosos e terríveis”, desabafou.
Na clínica, a jovem divide o quarto com outras seis mulheres que apresentam quadro mais leve. “Me certifiquei de como seria o atendimento. Realmente, ela está sendo bem recepcionada, com alimentação adequada. Isso me tranquiliza um pouco. Na ligação, ela disse que não estava comendo direito, então pedi para que ela se alimentasse e conversasse com as pessoas, porque isso é bom”, completou a mãe.
A mãe relatou que tem recebido apoio de familiares, amigos e vizinhos, mas tem o receio da filha criar um novo trauma com a internação. “Isso pode abalar o psicológico dela, mas confio no trabalho dos médicos”, pontuou.
Internação compulsória
A Justiça do Distrito Federal decidiu pela internação compulsória da jovem. Nas primeiras horas da manhã de domingo (23/5), policiais da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) e da Divisão de Operações Especiais (DOE) cumpriram a ordem judicial da juíza plantonista do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
A moradora do Recanto das Emas, região administrativa distante 34 km do capital, confessou aos investigadores que planejava o ataque à escola onde estudou, localizada na mesma cidade onde vive. Após ser ouvida, na última sexta-feira (21/5), a jovem foi liberada pois não houve flagrante.
Entenda o caso
A mulher passou a ser investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), após policiais dos EUA mapearem informações de indivíduos que teriam a intenção de cometer atos graves de violência no DF. A Coordenação do Laboratório de Inteligência Cibernética do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) repassou as informações para a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC/PCDF).
A partir de publicações na internet, os policiais civis do DF localizaram o endereço da suspeita e cumpriram o mandado de busca e apreensão na residência, onde apreenderam dois simulacros de arma de fogo que estariam sendo utilizados em treinamento para o dia do massacre; duas máscaras; celulares; e dois cadernos com anotações.
Em entrevista ao Correio na sexta (21/5), o delegado Dário Freitas, da DRCC, afirmou que a jovem confessou o crime e que as investigações continuam, uma vez que pode haver outros suspeitos e novos desdobramentos.
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