O primeiro trimestre do ano para o mercado imobiliário do Distrito Federal registrou um bom desempenho. De acordo com dados divulgados pela Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), o saldo foi positivo tanto nas vendas quanto no número de lançamentos residenciais, com 472 unidades comercializadas e quatro empreendimentos apresentados. Em março, foi registrado Índice de Velocidade de Vendas (IVV) de 10,9%, coroando o melhor primeiro trimestre para o setor desde a criação da pesquisa, há seis anos. “Isso significa que a cada 100 imóveis ofertados, dez eram vendidos”, afirmou o presidente da Ademi-DF, Eduardo Aroeira Almeida, ao jornalista Vicente Nunes, ontem, no programa CB. Poder — uma parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília.
É hora de comprar a casa própria?
A realidade é que o mercado imobiliário está em um momento muito bom. O primeiro trimestre de 2021 apresentou os melhores números que temos desde o início da nossa pesquisa, que chamamos de Pesquisa de Velocidade de Venda. Tanto em lançamentos e vendas, como na própria velocidade de vendas.
O que mostram esses números?
O primeiro trimestre teve uma velocidade de venda de 10%. Isso significa que a cada 100 imóveis ofertados, dez eram vendidos. É, aproximadamente, o dobro do primeiro trimestre do ano passado. Isso significa que os imóveis estão sendo mais procurados. E é importante dizer que esse aumento ocorre devido ao aumento da oferta. Ou seja, cresceram as vendas e os lançamentos. Isso significa que a economia está sendo movimentada.
Na hora de escolher o imóvel, o que levar em consideração?
A primeira dica é para que procurem. Hoje, há diversos lançamentos. Com o mercado aquecido e com a quantidade de empreendimentos, há várias opções. A segunda, é que investiguem o histórico da construtora.
Como investigar?
Hoje, com a internet, é fácil. Procure o histórico e a maneira como ela trata os clientes. Isso é fundamental para se que faça a melhor compra possível. O terceiro ponto é verificar se esse empreendimento está registrado em um cartório de imóveis. Essa é a única forma de o cliente garantir que vai adquirir, realmente, o que quer comprar. Além disso, pesquise e opte pelas taxas de juros mais baixas, caso vá financiar o imóvel. Hoje, temos uma situação em que os bancos disputam os clientes. Então, o cliente tem várias oportunidades para buscar as melhores condições.
Estamos vendo o Banco Central (BC) em um processo de
alta da taxa básica de juros (Selic). Qual o impacto disso
sobre os financiamentos imobiliários?
Até o momento, não houve impacto, continuamos com as taxas de financiamento de imóveis em seu mínimo histórico. Porém, caso haja uma persistência de aumento, é possível que sofra um pequeno aumento dessas taxas. Mas é importante lembrar que estamos com elas muito baixas para o padrão do nosso país. Hoje, você consegue uma taxa de 6,25% mais Taxa Referencial (TR), em um financiamento bancário. Há dois anos, a taxa seria de até 11,5%.
O setor tem gerado muitos empregos?
No início da pandemia, tomamos cuidados grandes, estabelecemos protocolos rígidos de segurança e permanecemos funcionando. Isso foi fundamental para que mantivéssemos esses empregos e até os ampliassem. Segundo a pesquisa de emprego e desemprego da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), em abril de 2020, eram empregados 58 mil trabalhadores. Em fevereiro, 78 mil. Ou seja, em plena pandemia, a construção na nossa cidade conseguiu chegar a 20 mil empregos diretos. A estimativa é de que tenha gerado 60 mil empregos indiretos.
Mas temos visto notícias de que o setor tem enfrentado
problemas or conta da escassez de matéria-prima.
Até que ponto isso pode atrapalhar o crescimento?
Nós temos uma pesquisa de sondagem que fazemos trimestralmente com os associados da Ademi-DF, e uma das perguntas é sobre suas maiores preocupações. Para 89% dos nossos associados, o fornecimento de obra-prima é a principal preocupação. Então, isso tem chamado nossa atenção. Insumos como aço, cobre, PVC, chegaram a ter aumento acima de 100%. Naturalmente, isso tem que ser repassado no preço do imóvel. Temos feito reuniões junto ao Ministério da Economia para que seja zeradas a taxa de importação desses insumos, pelo menos, provisoriamente, para que não se perca o ciclo virtuoso que estamos tendo.
A perspectiva é de que a normalização aconteça no segundo semestre de 2021?
A informação que temos é de que em 2021, por exemplo, a siderurgia, venderá mais alto que em 2020. Então, na verdade, houve acréscimo de demanda e, no nosso entendimento, aguardar isso seria um risco. Por isso, defendemos a redução das taxas, para que o mercado possa se regular, pelo menos provisoriamente.
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