A greve dos metroviários do Distrito Federal, iniciada em 19 de abril, segue longe de terminar. Nesta segunda-feira (17/5), em mais uma tentativa de chegar a um acordo, foi realizada audiência virtual de conciliação por meio do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT).
Participaram representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), além de integrantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (SindMetrô).
Segundo os metroviários, durante a reunião, a categoria apresentou proposta de manutenção dos direitos e benefícios anteriormente acordados, em mesa de negociação. A proposição foi negada pela empresa, sob alegação de decisão do Tribunal de Contas (TCDF).
Em nota, o SindMetrô afirmou que, após exposição de que a suposta decisão do TCDF não existe, sugeriu que o Metrô-DF acatasse a proposição de manter os direitos e benefícios por, pelo menos, 30 dias. "Porém, também negaram, sob o argumento de que não podem, pois, por mais que admitissem não haver decisão do TCDF, eles não querem afirmar compromisso", alega a categoria no texto.
O documento ainda aponta que diretores do SindMetrô, em reunião com o presidente do TCDF, obtiveram "a informação de que não existe decisão, até o presente momento, que impeça o Metrô de fechar Acordo Coletivo com a categoria. Existem, apenas, achados para serem justificados através de defesa."
Por fim, a nota do sindicato argumenta que a reivindicação é pelo "mínimo e razoável", para "garantir a dignidade e sobrevivência dos metroviários que, hoje, estão pagando para trabalhar."
Procurado pelo Correio, o Metrô-DF informa que, durante reunião realizada na segunda-feira (17/5), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) – 10ª Região, o Sindmetrô recusou a proposta apresentada pela companhia. "Tal proposta consistia em assinar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2021-2023 com as cláusulas consensuais e continuar discutindo as demais (13ª parcela do Auxílio Alimentação e Quebra de Caixa), que são objeto de impasse, no âmbito do TRT", diz a nota emitida pela empresa.
O Metrô-DF disse ainda lamentar a decisão da categoria e que vai aguardar o julgamento da ação de dissídio coletivo pelo TRT. Reitera ainda que a empresa permanece aberta ao diálogo com a categoria e continuará tomando todas as medidas administrativas, operacionais e judiciais cabíveis para atenuar os transtornos da greve à população do Distrito Federal.
Relembre
Os metroviários estão de braços cruzados, por tempo indeterminado, desde 19 de abril. A categoria pede garantias de direitos trabalhistas para o biênio 2021-2023. Dias depois do início da greve, a Justiça determinou a manutenção de trens em circulação em um número mínimo.
Na audiência de conciliação anterior, feita na sexta (14/5), o Metrô-DF reapresentou aos metroviários proposta enviada à categoria em 14 de abril, para que as cláusulas que são objeto de impasse, referentes ao 13º salário do auxílio-alimentação e quebra de caixa, sejam discutidas no TRT. O Metrô-DF julgou o próprio feito como "demonstração de boa vontade e disposição em atenuar os efeitos da greve em momento tão delicado".
Segundo o SindMetrô, o TRT e o MPT propuseram novamente ao Metrô-DF a manutenção dos direitos na tentativa de, mais uma vez, haver negociação e, com isso, a suspensão da greve. "Essa proposta foi prontamente negada pela empresa. Já no final da audiência, a empresa resolveu reapresentar uma proposta, enviada ao SindMetrô no dia 14/4. Diante disso, a audiência foi suspensa", informou o sindicato na sexta (14/5).
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