A crise de saúde causada pelo Sars-CoV-2 aumentou a demanda de diversos medicamentos usados no tratamento da doença e, devido a isso, o Distrito Federal, assim como vários locais do país, sofrem com a escassez da enoxaparina, um medicamento usado para o tratamento de pacientes internados e atendidos ambulatorialmente com o novo coronavírus.
Para garantir a continuidade do tratamento, a pasta elaborou uma nota técnica de orientação para o uso de anticoagulantes em pacientes e introduziu mais um medicamento que pode ser administrado aos pacientes: o fondaparinux. Segundo a Secretaria de Saúde, ele é um anticoagulante assim como a enoxaparina e age na prevenção da trombose venosa em pacientes com risco de complicações tromboembólicas causadas pela restrição de mobilidade.
O medicamento é usado porque, além da covid-19 poder evoluir para a forma mais grave da doença e causar uma síndrome respiratória aguda com falência respiratória, também há o risco de trombose, tanto venosa quanto arterial, causada pela reação inflamatória intensa. Estudos revelam que a inflamação induz a coagulação, o que acentua o processo inflamatório.
O médico hematologista Marcelo Jorge Carneiro de Freitas pontua que os dois medicamentos possuem eficácia equivalente. “A fondaparinux possui o mesmo perfil de efeitos colaterais, via de administração, segurança e até maior comodidade quanto à posologia, uma vez que a anticoagulação plena é feita com dose única diária”, explica.
A Secretaria de Saúde, contudo, estabelece alguns critérios que devem ser seguidos na administração dos dois medicamentos e a substituição da enoxaparina pelo fondaparinux não deve ser feita em alguns casos específicos, como os de pacientes com insuficiência renal e grávidas ou mulheres em pós-parto internadas.
Troca de receita
A recomendação da pasta para os pacientes que necessitam fazer uso domiciliar de anticoagulantes é de que seja feita a mudança de receitas pelo medicamento fondaparinux, com o objetivo de não causar prejuízo no atendimento aos pacientes que se encontram internados na rede hospitalar do DF, local em que é utilizado os dois tipos de medicamentos.
No entanto, essa alteração deve ser consultada com o médico que acompanha o paciente. A pasta destaca, também, que pacientes com histórico de acidente vascular cerebral (AVC) e gestantes de alto risco continuam retirando a enoxaparina nas policlínicas de Planaltina e Taguatinga e na farmácia do Hospital de Base.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.