Para discutir temas importantes como as condições de trabalho dos médicos durante a pandemia da covid-19 e como apoiar a saúde mental desses profissionais, o jornalista Alexandre de Paula recebeu, nesta terça-feira (11/5), no CB Poder — uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília — o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (Sindmédicos-DF), Gutemberg Fialho.
Após mais de um ano de pandemia da covid-19 no DF, o presidente do Sindmédico avalia que a condição de trabalho dos médicos e demais profissionais de saúde é de exaustão com sobrecarga de demandas durante o expediente em unidades hospitalares.
“A situação dos médicos e de todos os profissionais de saúde no atendimento aos pacientes vítimas da covid-19 é de exaustão, de cansaço, pois estão todos exaustos e sobrecarregados. O absenteísmo (falta ao trabalho) aumentou por conta dessa demanda fora do comum. Não é uma demanda aumentada em uma situação esporádica. Pelo contrário, ela é contínua. Quase um ano e meio tem feito com que os médicos e demais profissionais de saúde estejam exaustos, desenvolvendo uma série de doenças, inclusive a Síndrome de Burnout, que é a exaustão profissional”, analisa Fialho.
Gutemberg explicou que os profissionais de saúde precisam ter segurança para adquirir um bom rendimento no trabalho, “com insumos suficientes para exercer a atividade e cuidar do paciente com os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). E o entendimento de que o cansaço, o comportamento fora do padrão em determinado momento faz parte da angústia e da pressão exagerada. O acolhimento é fundamental. Se possível, o afastamento (do profissional) por algum tempo para que se faça tratamento e se recomponha as forças para voltar a se inserir no enfrentamento, pois estamos com um problema sério que é a falta de recursos humanos”, destacou.
O presidente do Sindmedico-DF elogiou a abertura de mais leitos para atendimento a pacientes com covid-19, mas deixou um alerta para os cuidados ainda importantes no momento. “Quando eu digo que vou abrir mais leitos, estou dizendo que vou permitir que possa haver mais adoecimento. A abertura de leitos é necessária se aumenta o adoecimento, os casos graves, principalmente de leitos de UTI. Mas temos que focar na vacinação, no distanciamento social e na adoção rígida das medidas sanitárias para que não haja o adoecimento. Não havendo o aumento da taxa de contágio, não há necessidade de abertura de mais leitos. Se abrem mais leitos, as medidas adotadas precisam ser eficazes para evitar o contágio e o adoecimento", frisou Gutemberg.
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