Um grupo de manifestantes formado por familiares de pessoas presas se reúne na manhã desta quarta-feira (28/4), em frente à Vara de Execuções Penais (VEP), para protestar. Eles pedem a vacinação da população encarcerada e que as visitas ocorram de maneira adaptada.
A mulher de um dos internos se queixa que as vídeo-chamadas com o marido são escassas. "Já tem dois meses que tive a última vídeo-chamada, até hoje não tive notícia, não sei como está", afirma. "Por que não libera a visita adaptada? Se se entra nos bares, nos mercados, das feiras, tudo de máscara, mantendo o distanciamento?", questiona. "Está sendo violado os direitos dos presos. Ficamos preocupados sem saber se realmente o que está acontecendo".
Em 28 de fevereiro, quando o governador Ibaneis Rocha (MDB) editou o decreto de restrição de atividades comerciais no Distrito Federal em função do agravamento da pandemia de coronavírus, a VEP determinou a suspensão das visitas de familiares e advogados na Penitenciária do Distrito Federal 1 (PDF 1), no Complexo Penitenciário da Papuda.
Duas semanas depois, a justiça prorrogou a medida, que vale até esta quarta. Como o prazo está prestes a acabar, a secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) ingressou com um pedido à VEP para que a suspensão fosse novamente prorrogada por mais duas semanas.
Enquanto durar a suspensão, as saídas temporárias não essenciais também não ocorrem. Isso acabaria afetando o saidão de Dia das Mães. "Esses 15 dias nunca vão acabar. Isso nos revolta", lamenta a mulher de um dos presos. Procurada, a Seape ainda não se manifestou.