Tatiele Cruz, 25 anos, será enterrada nesta terça-feira (27/4), no Cemitério Campo da Esperança, em Sobradinho 2, ao lado da primogênita, morta aos quatro meses de vida, após sofrer um engasgo. O corpo da jovem assassinada na manhã de sábado (24/4) será velado às 10h, e enterrado às 11h. O autor do crime continua foragido.
Para conseguir comprar o caixão e pagar as despesas do funeral, a família organizou uma vaquinha. De acordo com familiares da vítima, muitos amigos ajudaram, o que possibilitou a despedida. Na última sexta-feira (23/4), Tatiele foi ao Coer Park, em Sobradinho 2, para visitar os filhos, e passou a noite na casa da família. No dia seguinte, pela manhã, foi à esquina da rua de cima para pegar uma carona de carro e ir embora. Contudo, foi morta com quatro tiros.
O Correio apurou que, no ano passado, Tatiele pediu à irmã que criasse os quatro filhos dela, de 6, 5,3 e 1 ano. Ela vinha sofrendo ameaças e informou que moraria na casa de amigos para não colocá-los em risco, mas nunca detalhou qual seria a ameaça. Desde então, ela visitava esporadicamente as crianças. A 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho 2) apura o caso.
Perseguição e ameaças
Antes de ser assassinada a tiros na manhã do último sábado (24/4), Tatiele sofreu um atentado na semana passada. As revelações feitas ao Correio por familiares da jovem incluem, ainda, uma rotina de ameaças sofridas por ela durante quase um ano.
A rotina de terror teria começado após Tatiele testemunhar uma tentativa de homicídio, em junho do ano passado. Na ocasião, ela chegou a ser presa preventivamente, por 30 dias, período em que os investigadores apuraram se ela estava envolvida no crime. "Ela se recusou a revelar à polícia quem foi o autor e foi libertada porque não tinha prova da participação dela. Mesmo sem contar quem foi o agressor, ela estava na mira de bandidos", relata a fonte.
Pouco depois de sair da prisão, Tatiele passou a ser ameaçada, por isso decidiu deixar a casa dos parentes e ir morar com amigos. Ela dizia que não queria colocar a vida dos familiares e dos quatro filhos em risco. A família não tem detalhes e não sabe se ela chegou a registrar queixa. "Ela não conversava com a gente sobre isso. Tudo o que sabemos, é isso", lamenta.