INVESTIGAÇÃO

Criminosos se passavam por funcionários do Detran para aplicar golpes no DF

Grupo anunciava venda de veículos pela internet e, após pagamento, criminosos bloqueavam contato das vítimas e sumiam com o dinheiro. Ao menos 30 pessoas caíram nos golpes

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, nesta sexta-feira (16/4), cinco integrantes de grupo criminoso que aplicava golpes se passando por funcionários do Departamento de Trânsito (Detran-DF), sob pretexto de vender veículos em leilão. Ao receber o dinheiro das vítimas, os estelionatários sumiam. Os criminosos fizeram, ao menos, 30 vítimas entre novembro e abril. 

Investigadores da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) identificaram que o grupo atuava em todo o Distrito Federal nesse período. Na operação, cujo objetivo era combater crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa, houve a prisão preventiva de três homens e temporária de duas mulheres.

O delegado-chefe da unidade policial, Hudson Maldonado, afirma que a quadrilha simulava a venda de veículos, principalmente motocicletas, supostamente adquiridas em leilões. "Mas eles nunca existiram. As vítimas faziam depósitos sem ver o bem. O pretexto era de que não podia haver contato entre o produto e o comprador em razão da pandemia. Depois, as vítimas eram bloqueadas nos celulares dos criminosos", detalha o investigador. 

Apreensões

Os veículos eram anunciados no Facebook e em dois sites de vendas. O grupo oferecia, ainda, falsos serviços de despachante de automóveis. A polícia fez chamadas telefônicas para simular um cadastro e ofereceu pagamento de um sinal, que seria depositado na conta das integrantes da quadrilha.

O esquema gerou um prejuízo estimado de R$ 35 mil às vítimas. Para o delegado, é possível que esse número dobre no decorrer das investigações, com o surgimento de outros denunciantes. Durante as buscas desta sexta-feira (16/4), houve apreensão dois veículos Onix G5 e de um Siena que, segundo a polícia, foram comprados com dinheiro obtido ilegalmente.

Os bens ficarão à disposição da Justiça, para eventual ressarcimento às vítimas. Hudson Maldonado acrescenta que os criminosos têm histórico de crimes como violação à Lei Maria da Penha, estelionato e tráfico de drogas.