Depois de uma longa assembleia na noite desta quinta-feira (15/4), os funcionários do sistema metroviário do Distrito Federal decidiram rejeitar a proposta encaminhada pela Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF). A categoria votou pelo adiamento da greve — que estava marcada para esta sexta-feira (16/4) —, mas começará na segunda-feira (19/4).
Os servidores rejeitaram as propostas da Metrô-DF, por considerarem haver perda de benefícios. Um dos pontos pedidos pela categoria, o abono especial com pagamento do 13º auxílio-alimentação, não foi considerado pela empresa. O valor da quebra de caixa também foi um dos quesitos cobrados pelos servidores. Anteriormente, a companhia pagava uma gratificação de 110 de bilhetes unitários para circulação no modal. Na contraproposta, porém, esse valor caiu para um total de 10 passes.
Apesar das divergências nas negociações, a categoria se mostrou preocupada por ter de paralisar durante a pandemia. Na tentativa de dar mais um passo nas negociações, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários (Sindmetrô) encaminhará um documento para a Metrô-DF, informando quais cláusulas precisam de revisão no acordo.
Caso a empresa não aceite, a categoria iniciará paralisação a partir da 0h de segunda-feira (19/4). Uma nova assembleia está marcada para domingo (18/4), às 19h, para debater sobre a manutenção da greve e como ela ocorrerá. A principio, o serviço ficará mantido com funcionamento de 30% da capacidade total.
O sindicato informou que as negociações com a empresa começaram em fevereiro, como forma de buscar um caminho para cumprimento de sentença judicial após a última greve, em 2019. No entanto, desde 1º de abril, os funcionários estão definição sobre o acordo coletivo, sem receber auxílio-alimentação e outros benefícios.
Por meio de nota, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) diz que foi informada da decisão do sindicato nesta sexta-feira (16/4) e que está aberta a negociar com a categoria. "Espera, no entanto, que o SindMetrô apresente de fato a proposta aos empregados para deliberação, em vez de negá-la sem a devida consulta à categoria", diz a nota.
A empresa ainda ressaltou que reduzir o efetivo de funcionários neste momento prejudicaria a população, já que o Metrô-DF vinha operando com a capacidade máxima, apesar da redução na demanda por causa da pandemia de coronavírus. "Vale ressaltar que, desde o início da pandemia, o Metrô-DF adotou uma política de manter 100% da operação, apesar da redução drástica no número de usuários, como estratégia para aumentar o distanciamento".