Cerca de 800 policiais civis do Distrito Federal promoveram, na manhã desta segunda-feira (12/4), cortejos fúnebres em viaturas, helicópteros e carros particulares em homenagem aos agentes Carlos Antônio de Oliveira, 55 anos, e Everton Gonçalves dos Reis, 40, que morreram em decorrência da covid-19 (veja o vídeo abaixo). Em nota pública, o Sindicato dos Delegados de Polícia (Sindepo-DF) lamentou o falecimento dos servidores: "A maior tragédia humanitária dos últimos séculos."
O primeiro cortejo começou às 7h30. Os policiais saíram da Delegacia de Polícia Especializada, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), em direção ao Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul, onde o escrivão Carlos Antônio foi sepultado. A cerimônia ocorreu entre 8h30 e 10h30.
Admirado pelos colegas de trabalho, Carlos Antônio trabalhava na 23ª Delegacia de Polícia (P Sul) e começou a carreira na PCDF como escrivão. O servidor também passou pela 4ª DP (Guará). Nas redes sociais, amigos lamentaram a morte precoce do policial: "Carlinhos, você estará sempre nas nossas lembranças. Não esqueceremos o quão aguerrido foi no cumprimento da nossa missão", escreveram os colegas. Ele deixa uma filha e a mulher.
No Gama, cerca de 300 policiais saíram da 20ª DP (Gama) até o cemitério da cidade em homenagem ao agente Everton Gonçalves dos Reis. Ele atuava como chefe de uma das equipes de plantão da 20ª DP e estava internado em um hospital do DF há alguns dias. O velório ocorreu das 9h30 às 11h30. Everton deixa dois filhos e a esposa.
Revolta
O Sindepo-DF convocou uma Assembleia Geral para quinta-feira (15/4) para discutir a recusa, por parte de servidores não imunizados, de participarem de operações e serviços de combate à pandemia. Por meio de nota, o Sindepo-DF destacou a atuação da PCDF e exposição dos servidores ao novo coronavírus. "A Polícia Civil tem promovido as operações Toque de Recolher e Lockdown, que visam o cumprimento das medidas de distanciamento social, e outras de combate a crimes decorrentes da pandemia como falsificação de álcool em gel, desvio de equipamentos respiradores e de recursos da saúde pública. Por tais circunstâncias de trabalho e exposição, nossos servidores estão sujeitos a um índice de contaminação 3 vezes maior que um cidadão comum", frisou.
"Não bastasse a humilhação de ter que depender das sobras de vacinas para sermos imunizados, sendo preteridos por presos ou qualquer cidadão com formação em área de saúde, ainda que não exerça essa profissão, como nutricionistas, psicólogos, professores de educação física, etc., nem mesmo em relação a essas sobras estamos recebendo um tratamento digno", criticou o sindicato.