Vacinação

Hospital particular de Taguatinga vacinou adolescentes estagiários contra a covid-19

O caso ocorreu no Hospital Santa Marta (HSM), e vai contra as regras da campanha de imunização do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do DF, que não permite a vacinação de menores de 18 anos

Dois estagiários, adolescentes de 16 e 17 anos, foram vacinados contra a covid-19 no mês de março em um hospital particular de Taguatinga. O caso vai contra as regras da campanha de imunização do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde (SES-DF), que não permite a vacinação de menores de 18 anos.

Os dois jovens, contratados por um programa de menor aprendiz, prestam serviço para o Hospital Santa Marta (HSM), em Taguatinga Sul, onde ocorreu o caso. Em nota, a Secretaria de Saúde informa que as unidades hospitalares são as responsáveis pela inclusão de profissionais na lista e têm a obrigação de seguir os preceitos estabelecidos para a vacinação segundo orientação do Ministério da Saúde. “A pasta não faz chancela sobre listas enviadas pelos hospitais particulares”, diz o texto enviado pela assessoria de imprensa.

“Tão logo tomou conhecimento das supostas irregularidades, a Secretaria de Saúde enviou equipe para avaliar a veracidade das informações. A equipe orientou os responsáveis pelo processo de vacinação no hospital para que fosse feita a notificação no sistema dos referidos erros de imunização. O hospital privado também foi informado de que não pode executar a segunda dose da vacina nesses jovens, que terão que ser monitorados pelo hospital durante 30 dias”, informa a SES-DF em outro trecho.

Treinamento com bula dos imunizantes

A pasta ressalta que que todos os profissionais de nível superior, que estariam responsáveis pelas salas de vacinas em cada unidade hospitalar privada, receberam treinamento e orientações em 12 de março, das 8h às 12h, com o tema “capacitação em vacinação covid-19”, pela Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SVS). “Pelo Hospital Santa Marta, compareceu a enfermeira Gisele Magnan, que recebeu, além do treinamento, todos os materiais, informes técnicos e bula dos imunizantes que foram citados no treinamento”, comunica a secretaria.

De acordo com a Secretaria de Saúde, esse tipo de irregularidade será investigada pela força-tarefa da vacinação, coordenada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), com o intuito de apurar responsabilidade administrativa e eventualmente, penal. “No plano da Secretaria de Saúde, a Controladoria Interna investiga quando há denúncia contra servidores da pasta”, conclui a nota.

Por meio de nota, o hospital Santa Marta se manifestou e afirmou que os jovens em questão atuam em setores assistências e circulam no hospital. Por isso, eles foram incluídos na lista de vacinação. 

Veja a nota na íntegra:

"O Hospital Santa Marta (HSM) informa que opera com o princípio da transparência e tem adotado medidas eficazes para imunização de seus colaboradores frente à pandemia da Covid. Essa abordagem acabou se estendendo a alguns adolescentes que atuam no Programa Jovem Aprendiz.

Os jovens em questão atuam no HSM na tramitação de documentos em setores assistenciais, e por circularem em algumas áreas do Hospital, foram incluídos na lista de pessoas que receberiam a vacina, encaminhada à SES/DF em 26/01/2021.

Neste sentido, afirmamos que houve boa fé tanto por parte do HSM quanto da SES/DF, haja vista que a lista solicitada não continha idade e nem data de nascimento, assim, o foco estava para a proteção daquelas pessoas prestadoras de serviço ao Hospital e não para o Grupo etário recomendado para receber a imunização.

Como prática preventiva, é importante frisar que os jovens que receberam a vacina estão sendo acompanhados diuturnamente pela equipe gestora, além da avaliação da medicina do trabalho, como medida para favorecer o bem-estar integral.

Cabe destacar, que o Hospital Santa Marta tem certificação pelo Great Place to Work na pesquisa de Clima Organizacional, que atesta as boas práticas em Gestão de Pessoas e qualidade do ambiente de trabalho, e sempre conduzirá as melhores práticas hospitalares para ressalvar a saúde de seus colaboradores, independente do cargo e/ou função que executem.

Por fim, salientamos que, não houve má fé, nem por parte do HSM e nem da SES/DF, e ainda, que não houve qualquer dano a qualquer um dos colaboradores do HSM que receberam os imunizantes."