A alta demanda de mortes pela covid-19, somada aos falecimentos que ocorrem diariamente, tem refletido nos serviços de cremação. No Distrito Federal, ainda não há um crematório, por isso, o maior fluxo é encaminhado para a instituição localizada na região do Entorno. No Jardim Metropolitano, em Valparaíso de Goiás, a empresa registrou um aumento significativo de cremações no último mês.
De acordo com a diretora administrativa do Jardim Metropolitano, Monique Pinto, em março, houve uma procura maior tanto nos serviços de sepultamento como de cremação. “Cerca de 50% eram casos de covid. Foi um mês bem atípico”, pontua. “Em média, a empresa realiza entre 30 a 40 cremações por mês. Entretanto, durante a pandemia da covid-19, chegou a realizar 70 cremações por mês”, destacou Monique.
Apenas em 18 de março, foram cinco corpos cremados no Jardim Metropolitano. A maior demanda registrada em um único dia pela empresa, que em média faz duas cremações por dia. Mesmo com a alta na procura, não há fila de espera, garante a Monique. Sobre o uso do serviço por famílias do Distrito Federal, a diretora administrativa explica que não é possível fazer essa distinção. “O que temos acesso é a guia de sepultamento, que não tem endereço. Não fazemos essa diferenciação de quem é do DF ou não”, afirma.
A cerimônia de cremação é bem parecida à do sepultamento, o único fato que difere é que o corpo não vai descer para o interior de um jazigo, ele será conduzido por uma janela à sala do crematório. O velório pode ocorrer normalmente, desde que a causa da morte não seja pelo novo coronavírus. De acordo com Monique, o valor cobrado para a realização apenas da cremação é de R$ 2.850, sem qualquer serviço de funeral.
Serviço no DF
A demanda por um crematório no DF é grande pela concessionária Campo da Esperança, que administra os cemitérios na capital. A empresa elaborou uma proposta e enviou um pedido de licença para a construção do equipamento ao Governo do Distrito Federal (GDF). Em 2019, houve a liberação para a construção, e a concessionária seguiu com a compra dos fornos para a cremação.
A ideia inicial era do crematório ser construído em um prédio próximo ao Cemitério da Asa Sul, no entanto, houve uma mudança pelo governo para que se instale dentro do cemitério. Com a alteração, precisou de adaptações ao projeto elaborado e uma nova licença para a construção.
De acordo com informação da Secretaria de Justiça e Cidadania, as licenças necessárias para a implementação do crematório no Distrito Federal já foram emitidas pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram). A expectativa agora é que seja inaugurada no segundo semestre deste ano, no Cemitério Campo da Esperança. No entanto, a concessionária informou que aguarda a emissão do alvará de construção, já requisitado ao governo do Distrito Federal (GDF), para iniciar as obras necessárias para a instalação do primeiro crematório do DF.
O forno crematório foi importado pela concessionária e chegou a Brasília em março de 2020. A concessionária também aguarda retorno do governo para a definição das tarifas dos novos serviços. Com o crematório no Distrito Federal, o fluxo encaminhado para os crematórios do entorno tende a diminuir.