Brasília perdeu um dos seus mais importantes representantes dos produtores rurais. Djalma Tarcísio Machado, vice-presidente da Associação de Produtores do Distrito Federal e membro do conselho da Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF), morreu, aos 71 anos, no Hospital de Campanha da PM, neste sábado (24/4). A causa da morte foi por infecção pulmonar depois de complicações por causa da covid-19.
O produtor rural passou 1 mês internado e precisou ser intubado. “Foi um mês de angústia. A gente fica afastado e muito angustiado. Eu fiquei mal e a gente não pode ver, não pode visitar”, lamenta a filha de Djalma, Djiane Maria Gerin Machado, 40 anos, veterinária.
Djalma Tarcísio saiu do pequeno município mineiro de Coromandel, em 1967, para desembarcar na nova capital federal. Inicialmente como escriturário, conviveu com políticos e empresários. Mas foi como produtor rural que ele se destacou e virou um dos principais representantes da categoria no DF. “Viveu uma vida boa. Veio de uma cidade muito pequena, da roça, para conviver com gente do mundo”, conta a professora aposentada Cléia Gerin, 70 anos, esposa do produtor.
Casados por 54 anos, Cléia e Djalma se conheceram em Taguatinga. “Depois que casamos e tivemos os filhos, viemos morar numa chácara e ele virou produtor rural. Ele é muito conhecido na Ceasa, recebeu muita homenagem”, conta a professora sobre a trajetória do marido.
Luta pelos produtores
Ligado à causa e aos direitos dos produtores rurais, Djalma lutou para ajudar uma categoria que, muitas vezes, é esquecida. “Ele lutava para que cada um tivesse direito à sua pedra — que é onde as pessoas colocam as caixinhas para vender. Ele defendia que cada pessoa tivesse seus direitos, desde que tivesse a sua plantação”, conta Cléia.
Diabético e hipertenso, Djalma foi contaminado pela covid-19 e internado no dia 24 de março. “Não se cuidou e acabou que a covid deu o golpe certeiro”, lamenta a esposa. Cléia Gerin lembra do marido do carinho e saudade. “A gente se conhecia bem, tinha muita interação e amizade. Muito querido. Era uma figura folclórica, contadora de casos. Sempre tranquilo, sempre pra cima. Teve uma vida plena”, diz.
O sepultamento está marcado para este domingo (25/4), às 16h30, no cemitério Campo da Esperança, Plano Piloto, Capela 2. Ele deixa a esposa, quatro filhos e seis netos.
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