Coronavírus

Antes mesmo de terminar, abril se torna mês mais letal da pandemia no DF

Mesmo com redução na média móvel de mortes nos últimos 14 dias no Distrito Federal, abril bate recorde em número de óbitos pela covid-19. São 1.465 vidas perdidas pela doença

Pedro Marra
postado em 24/04/2021 06:00 / atualizado em 24/04/2021 10:06
Em março, DF teve 1.191 mortes, contra 284 em fevereiro e 286 em janeiro -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A. Press)
Em março, DF teve 1.191 mortes, contra 284 em fevereiro e 286 em janeiro - (crédito: Ed Alves/CB/D.A. Press)

O mês de abril ainda não acabou, mas já é o mais letal da pandemia da covid-19 no Distrito Federal. Até essa sexta-feira (23/4), a Secretaria de Saúde (SES-DF) havia registrado 1.465 mortes pela doença. Em março, foram 1.191 óbitos notificados, contra 284 em fevereiro e 286 em janeiro. Apesar disso, os números das médias móveis demonstram uma queda nos últimos 14 dias (leia Oscilação).

Com redução de 21%, a média móvel de mortes de ontem ficou em 52,71. A casos foi de 1.038, 24% menor do que duas semanas atrás. Apesar dessa queda, o DF teve 17 dias do mês de abril com mais de 1 mil casos confirmados diariamente e 16 dias com mais de 50 mortes notificadas. A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes está em 225,3. No Brasil, o número é de 183,9 na estimativa calculada nessa sexta-feira (23/4) pelo Ministério da Saúde.

Pesquisador do Centro Universitário Iesb e pós-doutor pela Universidade de Brasília (UnB), Breno Adaid destaca a importância de se divulgar as médias diariamente para se ter o controle da pandemia no DF. “O cenário reflete o comportamento da população. Então, quando você tem uma medida de fechamento ou de reabertura por parte do governo, é importante avaliar o impacto na média móvel para entender se funcionou a medida pública, e se é o momento certo de fechar ou não o comércio ou de abrir mais leitos”, analisa.

O infectologista do Hospital das Forças Armadas (HFA) Hermerson Luz comenta que, apesar da queda nas médias móveis, a população não pode descumprir as medidas de segurança contra a covid-19. “Mesmo com a diminuição dos números, ainda temos o vírus circulando, e um número insuficiente de pessoas vacinadas para alcançar um bloqueio vacinal adequado. Esse tipo de situação, caso o comportamento continue com aglomerações e quebra de protocolos de distanciamento social, pode voltar a aumentar o número de casos e mortes, colocando em risco a saúde pública do DF. A população tem de ter um pouco mais de resiliência para os números melhorarem ainda mais”, orienta o especialista.

Variação das médias móveis no DF entre 9 e 23 de abril de 2021

Novas mortes

Com mais 54 mortes por covid-19 registradas nessa sexta-feira (23/4), o Distrito Federal chegou ao total de 7.494 vítimas da doença. O boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde (SES) notificou 1.033 novos casos, totalizando 371.719 pessoas infectadas, sendo que 354.122 estão recuperadas.

O boletim diz, ainda, que a taxa de transmissão do novo coronavírus está em 0,82 no DF. Desta forma, 100 pessoas podem transmitir o vírus para outras 82 que não estão infectadas. Somente em Ceilândia, são mais de 40 mil casos confirmados. No Plano Piloto, 35,3 mil moradores se infectaram, um pouco mais do que em Taguatinga, onde 29,7 mil pessoas testaram positivo para o vírus. Quando se trata de mortes, Ceilândia segue no topo do ranking, com 1.194 vidas perdidas pela doença.

De acordo com o portal InfoSaúde, às 19h40 de sexta-feira (23/4), a rede pública hospitalar conta com 17 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para covid-19, sendo cinco do tipo neonatal, três pediátricos e nove para pacientes adultos. Neste grupo, a taxa de ocupação registrada no momento foi de 96,3%. Do total de 470 leitos, 449 estão ocupados e quatro estão na fila de liberação para atendimento de pacientes com a doença. Há 97 pacientes com suspeita ou confirmação de covid-19 na lista de espera por um leito de UTI na capital federal.

Na rede de saúde privada, dos 402 leitos de UTI, havia, às 19h55 de sexta-feira (23/4), 27 disponíveis, sendo um pediátrico e 26 adultos. Desses, 340 acomodavam pessoas com a covid-19 e 35 estavam bloqueados no momento de registro dos dados.

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