O Museu de Arte de Brasília (MAB) foi reinaugurado, na tarde de ontem, pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). A reforma da estrutura custou R$ 9 milhões e o expandiu em 500 m². Além disso, o MAB recebeu recursos para ter acessibilidade, como rampas, escadas, estacionamento, comunicação visual, elevadores, banheiros e vestiários.
Ibaneis ressaltou que, após 14 anos com o MAB fechado, Brasília estava “ressentida com a falta do Museu de Arte de Brasília”. “São cerca de duas mil obras expostas aqui e a estrutura foi renovada com acessibilidade e tudo que é necessário nos modelos dos museus mais modernos do mundo. Quem ganha é a cidade e a população, que terá mais um ponto de visitação às margens do Lago Paranoá”.
O responsável pelas reformas, o arquiteto e urbanista Thiago Morais de Andrade, da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), explica os melhoramentos feitos no museu. “A ideia foi dar uma roupagem da arquitetura moderna utilizada em Brasília. Antigamente, o MAB possuía uma pintura que se confundia com o céu. Mas estava praticamente toda desgastada quando o projeto chegou para nós. Então decidimos fazer uma homenagem à antiga cor do MAB como um ritual de passagem do antigo para o novo, usando para isso um degradê de azul em uma das fachadas”, explica.
O subsolo do museu também foi elevado para garantir que as paredes do acervo técnico não tivessem contato direto com a umidade. “A adaptação foi bem complexa”, relata o arquiteto. O subsolo foi idealizado pela equipe para servir de armazenamento das obras. Já o térreo ganha um pequeno espaço expositivo e um café, enquanto o primeiro pavimento será a área expositiva principal e sala multiuso.
Emoção
Lêda Watson, artista plástica e gravurista, criou o MAB em 1985, e se emocionou na cerimônia de reabertura do museu após 14 anos fechado. “É indescritível a emoção que estou sentindo nesse momento, com a recriação do MAB. A função cultural de um museu é essencial para a sociedade, pois sem arte e sem cultura, as pessoas não sobrevivem, não progridem. A cultura é essencial”. Entusiasta e apaixonada por Brasília, Lêda pontua que a vegetação da capital, “com suas árvores retorcidas, sempre foi minha inspiração nesses 55 anos de gravura em metal”.
Os projetos previstos pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Secec) para o espaço onde está localizado o MAB continuam. A informação foi dada na reinauguração por Bartolomeu Rodrigues, secretário da pasta. “Estamos hoje com muito orgulho e humildade devolvendo o MAB para a população. Brasília, por si só, é uma obra de arte, mas queremos que ela também conte a história da arte e seja um ponto de encontro nacional e que atraia grande exposições. O MAB sempre foi um irradiador de arte em Brasília e a nossa ambição é transformar a saída do museu em um grande complexo cultural. Ainda não escolhemos o nome, mas a expectativa é fazer um corredor cultural para valorizar a orla do Lago, com o MAB sendo o centro das atenções”, contou.
Além disso, segundo Ibaneis, a Secec está trabalhando para viabilizar a obra do Teatro Nacional. O objetivo do GDF é entregar ao menos a Sala Martins Pena no ano que vem. Este ano, Ibaneis quer iniciar a reforma do Autódromo Internacional de Brasília Nelson Piquet e disse que a última corrida do ano será feita na capital.
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Reabertura dos espaços de exposições
Em publicação no Diário Oficial do DF, o chefe do Palácio do Buriti decidiu permitir o funcionamento de museus e a realização de exposições de arte em Brasília. As atividades do setor estão suspensas desde 28 de fevereiro, devido às medidas de restrição para a prevenção da covid-19.
Além dos museus e exposições, o governador também autorizou eventos culturais em estacionamentos, em formato drive-in, desde que seja respeitada a distância mínima de dois metros entre cada veículo estacionado. Os teatros e cinemas também estão liberados, se seguirem as medidas de distanciamento.
No entanto, apesar da medida e da reinauguração do Museu de Arte de Brasília, os museus gerenciados pela Secec permanecem fechados. O gerente do MAB, Marcelo Gonczarowska, explica que, devido à pandemia causada pelo novo coronavírus, a abertura ao público será feita somente em momento adequado de segurança, com exposição que terá parte das 1,4 mil obras do MAB. No acervo, existe uma coleção de 10 gravuras de Tarsila do Amaral e de outros modernistas, como Alfredo Volpi. (EHP)