TRANSPORTE

Governo aposta na desinfecção de espaços com grandes circulação de pessoas

Governo e órgãos públicos investem na desinfecção para evitar a proliferação do Sars-CoV-2. Especialista avalia que as medidas mais eficazes são manter as mãos limpas, usar máscara e evitar aglomerações

Jéssica Moura
postado em 18/04/2021 06:00
Equipes do Metro-DF usam, uma vez por semana, quaternário de amônia para a limpeza dos vagões -  (crédito: Paulo Barros/Ascom/Metrô-DF)
Equipes do Metro-DF usam, uma vez por semana, quaternário de amônia para a limpeza dos vagões - (crédito: Paulo Barros/Ascom/Metrô-DF)

Para evitar a disseminação do novo coronavírus, uma das estratégias adotadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) é a sanitização dos ambientes e dos transportes públicos para eliminar o micro-organismo. Quando a pandemia chegou à capital federal, em março do ano passado, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) alterou a rotina de trabalho e passou a incluir a desinfecção para eliminar possíveis pontos de contaminação pelo vírus.

Desde março de 2020, as imediações de hospitais passam por sanitização diária, sempre à noite. Às 19h, as equipes do SLU usam caminhões-pipa para fazer a lavagem. Para tanto, utilizam água, detergente e desinfetante no Hospital de Base, no Hospital Universitário (HUB) e no Hospital da Asa Norte (Hran). As passagens subterrâneas que ficam perto desses locais também são higienizadas. O SLU passa uma vez por semana nas paradas de ônibus e feiras. Nas unidades prisionais, a desinfecção só é feita quando há pedido.

Ônibus e Metrô

Nos ônibus, a higienização fica sob a responsabilidade das empresas que operam o sistema de transporte. Desde o início da pandemia, a secretaria de Mobilidade e Transporte (Semob) determinou que a limpeza dos veículos deve ser feita com desinfetante ao chegar aos terminais. Durante as viagens, as janelas devem ficar sempre abertas.

A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) informou que, além da limpeza diária nos vagões e nas estações, faz a sanitização com peróxido de hidrogênio, a cada meia hora, nos trens que chegam nos terminais de Ceilândia, Samambaia e Central; nas estações; e no complexo administrativo.

Uma vez por semana, há a desinfecção com quaternário de amônio, que ocorre durante a madrugada, quando não há passageiros no Metrô. O investimento nessas ações foi de R$ 27 mil, pagos no ano passado com a compra dos equipamentos para higienização dos vagões.

Comércio

Nas lojas e estabelecimentos comerciais, onde há circulação de pessoas, a higienização foi intensificada. A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) divulgou um protocolo sanitário com orientações a serem seguidas pelos shoppings na reabertura das atividades: não promover eventos, operar em horário reduzido, e distanciamento entre as mesas na praça de alimentação, assim como o aumento na frequência de desinfecção das áreas comuns.

No Taguatinga Shopping, por exemplo, o investimento é feito em medidas sanitizantes para reforçar a limpeza e higiene do ambiente, com entradas e tapetes sendo limpos três vezes ao dia. As superfícies em que há maior contato das pessoas, como corrimões, maçanetas, mesas, assentos, botões e totens de pagamento são higienizados com álcool 70%.

Eficiência

Uma nota técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda essas ações sanitizantes, sobretudo, quando não houver instalações adequadas para a lavagem das mãos. Coordenador do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde (NEVS) da Fiocruz, Cláudio Maierovitch ressalta que o maior risco de infecção pelo novo coronavírus é pelo ar. “Essa forma de transmissão pode acontecer ou por proximidade das pessoas que têm o vírus ou por compartilhamento de ambientes fechados e mal ventilados. O mais importante é a renovação do ar”, alerta.

O especialista explica que a chance de uma pessoa se infectar depois de tocar uma superfície é pequena. “É cada vez menos provável a contaminação pelo contato com objetos que não se põe na boca”. O epidemiologista frisa que a sanitização é mais racional em ambientes hospitalares e unidades de saúde, pois “é onde tem probabilidade grande de ter pessoas doentes”.

Contudo, para Maierovitch, sanitizar outros ambientes é uma estratégia pouco eficiente. “Limpar porta, parede e chão não tem relação nenhuma com a transmissão do Sars-CoV-2. Para a maior parte dos ambientes, basta a limpeza habitual”, diz. Ele defende que a alternativa mais segura, do ponto de vista sanitário, além das máscaras e do distanciamento entre as pessoas, é limpar as mãos. “As pessoas têm que cuidar para, depois de tocar em superfícies que muita gente toca, higienizar as mãos”, completa o epidemiologista. Por isso, deve haver “uma disposição grande de álcool para as pessoas se higienizarem”, finaliza.

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