Saúde

Covid-19: abandono vacinal pode facilitar o surgimento de variantes

Em entrevista ao CB Saúde desta quinta-feira (15/4), Anamelia Bocca, professora e imunologista da Universidade de Brasília (UnB), afirmou, que ainda é necessário ter cuidados, mesmo após a vacinação

Samara Schwingel
postado em 15/04/2021 14:15 / atualizado em 15/04/2021 14:17
Anamélia Bocca é imunologista e professora da UnB -  (crédito: Ed Alves)
Anamélia Bocca é imunologista e professora da UnB - (crédito: Ed Alves)

O abandono vacinal, ou seja, quando as pessoas recebem a primeira dose das vacinas, mas não procuram pela segunda, pode comprometer o combate à pandemia de covid-19. Anamelia Bocca, professora e imunologista da Universidade de Brasília (UnB), em entrevista ao CB Saúde — parceria da TV Brasília com o Correio Braziliense — desta quinta-feira (15/4), afirmou que este fenômeno pode até facilitar o surgimento de novas variantes da doença. Além disso, ela destacou a necessidade de ainda se ter cuidados após a vacinação. 

"O vírus vai aprender com a nossa resposta imunológica. Se as pessoas não tomarem as duas doses,  fazem uma pressão sobre o vírus para que ele faça essa mutação e gere mais variantes", explicou a professora à jornalista Carmen Souza. 

"Tem que tomar a segunda dose. Não tem problema se passar do prazo. Quem esqueceu pode ir ao posto de saúde de referência e pedir para aplicar a segunda dose", completou. A professora destacou que, mesmo os já vacinados, até com as duas doses, ainda precisam tomar cuidados para evitar a infecção pela covid-19. 

"A vacina não nos blinda de nada. A vacinação faz com que a pessoa que a recebeu tenha uma melhora na sua resposta ao vírus", informou. Para a imunologista, a vacina contra a covid-19 precisará ser atualizada anualmente. 

Vacinação no DF 

Durante a entrevista, a professora também analisou o ritmo da campanha de vacinação contra a covid-19 no Distrito Federal. Para ela, a capital federal tem uma boa logística de aplicação e administração das doses. 

"Considerando o número de doses disponíveis, estamos indo muito bem. Temos uma logística muito boa de aplicação. O entrave é a disponibilidade de vacinas", garantiu. Sobre a postura da Secretaria de Saúde local de armazenar imunizantes para garantir a aplicação da D2, a professora considerou que a decisão foi acertada. "Acho que foi prudente porque estamos vendo várias capitais sem vacina para a segunda dose", disse. 

Atualmente, o DF aguarda o recebimento de mais 72,8 mil doses de imunizantes para ampliar a campanha para idosos de 64 e 65 anos.  

 

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