BPCÃES

PMDF usa método com odores para treinamento de cães da corporação

Cachorros de três raças estão sendo treinados com a técnica para busca e rastreamento. Policiais do DF aprenderam o método em João Pessoa. Atualmente, técnica usada é a de rastreio. Nova prática permite que buscas sejam feitas em trilhas envelhecidas

Correio Braziliense
postado em 11/04/2021 16:15 / atualizado em 11/04/2021 17:20
Atualmente, método usado pelo batalhão é de rastreio, em que o animal segue um caminho deixado em áreas como matas -  (crédito: Breno Fortes/CB/D.A Press)
Atualmente, método usado pelo batalhão é de rastreio, em que o animal segue um caminho deixado em áreas como matas - (crédito: Breno Fortes/CB/D.A Press)

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), por meio do Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães), está ensinando um método inovador de busca e rastreamento a pelo menos sete cães — das raças Pastor Belga de Malinois, Pastor Alemão e Rottweiller.

A técnica mantrailing — do inglês busca humana, em tradução livre — é baseada na habilidade do cão em distinguir e perseguir um odor específico, apresentado ao animal a partir de peças de roupa, jóias e calçados usados, por exemplo.

Segundo o BPCães, o método é utilizado principalmente para busca e salvamento de pessoas em matas, mas o batalhão está adaptando o formato para a busca de suspeitos. Dois policiais do DF passaram oito dias em João Pessoa (PB) em março para aprender o mantrailing.

Eles cursaram o primeiro nível da formação e ainda precisam passar por mais duas etapas. Mas o conhecimento adquirido já permite que os ensinamentos sejam passados para outros colegas e os cães comecem a receber o treinamento.

A estimativa do BPCães é de que em oito meses, em média, os animais poderão participar de operações e aplicar a nova técnica. Todo o treinamento é realizado por meio da colaboração do binômio condutor/cão. Nesse formato de busca, o cão direciona o policial. Os dois ficam unidos por uma guia.

Alternativa

Atualmente, o método utilizado pelo batalhão é o rastreio, em que o animal segue um caminho deixado no mato. O BPCães relata que o formato utilizado funciona muito bem, principalmente em locais de mata.

Mas a trilha seguida pode não ser necessariamente do suspeito. Com a nova técnica, os policiais poderão atuar também em áreas urbanas, já que o cão buscará um odor específico deixado pelo caminho.

Os cachorros treinados com mantrailing podem fazer buscas em trilhas extremamente envelhecidas, enquanto um cão de rastreamento é limitado apenas a trilhas novas, geralmente com menos de 30 minutos.

Cães farejadores

O treinamento dos filhotes começa quando completam 30 dias de vida. O tempo médio de atuação do animal é de sete anos. Depois desse período médio, ele é aposentado. Os ensinamentos começam mostrando os locais em que o cão vai trabalhar quando adulto, como cascalho, lama, grama, piso liso de shopping e de metal e metrô.

Logo depois, conhecem ambientes com sons de todos os tipos, como rodoviárias, barulho do motor de ônibus, estampidos. Os cães são preparados para identificar explosivos, entorpecentes, armas e munição.

O treinamento para esse trabalho é realizado com uso de caixas com os odores que eles deverão identificar nas buscas. Para isso, são estimulados a caçar os motivadores – que são brinquedos como bolas e mordentes.

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