Eixo capital

alexandre de paula alexandresouza.df@dabr.com.br
postado em 10/04/2021 23:46

Problemas de logística
A falta de clareza e informações por parte do Ministério da Saúde é um dos grandes problemas para organizar a vacinação no Distrito Federal, segundo fontes do governo local. Sem cronogramas bem definidos e número de doses, os técnicos do GDF dizem não conseguir se programar da maneira mais eficiente possível. Essa seria uma das principais razões para as constantes mudanças no processo e pela impossibilidade de se dar prazos mais concretos.

Visitas
A peregrinação de representantes do Distrito Federal à nova ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL-DF), começou pouco depois da posse da deputada federal licenciada no cargo. Nesta semana, ela recebeu parlamentares locais, como o distrital Rodrigo Delmasso (Republicanos), e representantes da Polícia Civil, como o delegado-geral da corporação, Robson Cândido. Também esteve na Segov o secretário de Economia do DF, André Clemente.

Provida
Aprovado na Câmara Legislativa nesta semana, o projeto de lei que permite o pagamento de impostos atrasados com imóveis da área da Saúde não passou com facilidade pela Casa. Antes do aval dos distritais, foi necessário superar um parecer dos técnicos da CLDF que afirmava que a iniciativa poderia trazer prejuízo aos cofres do governo.

Aniversário
A Secretaria de Cultura começou a preparar a celebração dos 61 anos da capital federal. Assim como no ano passado, a comemoração terá de ser feita cumprindo as normas sanitárias e, sobretudo, de maneira virtual. A pasta abriu edital para selecionar 61 vídeos, produzidos por artistas que tiveram trabalhos fomentados pelo poder público local nos últimos 24 meses, em homenagem à cidade. Cada trabalho selecionado receberá prêmio de R$ 2 mil.

Mercado imobiliário mantém otimismo
Mesmo com os impactos do agravamento da pandemia, empresários do setor imobiliário do DF continuam otimistas com os resultados deste ano. A pesquisa Sondagem de Mercado, da Associação Brasileira de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (ADEMI DF), mostra que 70% dos entrevistados apostam no aumento da demanda por imóveis nos próximos seis meses, e 95% afirmam que manterão a aposta nos cuidados contra a covid nas obras. Foram ouvidas 19 empresas locais.

Mandou bem
O Supremo Tribunal Federal, que determinou o cumprimento de medidas sanitárias que impeçam ainda mais a disseminação do vírus e a abertura da CPI da Covid no Congresso Nacional.

Mandou mal
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, que fez comentários machistas em sua conta no Twitter. A fala repercutiu mal. Em tempos como os atuais, não deveria haver mais espaço para discriminação.

A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR
Quanto tempo levará para que o Ministério da Saúde consiga apresentar um cronograma completo e exequível para a chegada de vacinas nas unidades da Federação?

Só papo


“Em um deles (programa Manhattan Connection), quase foi lançada a candidatura presidencial do Danilo Gentili — que, aliás, teria o meu voto.”
Sergio Moro, ex-ministro da Justiça


“Tomarei as palavras emprestadas de meu amigo Wilson Gomes: o palhaço do mal dizendo que votaria no mau palhaço. Eles se merecem.”
Jean Wyllys, ex-deputado federal

À QUEIMA-ROUPA
César Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia do DF

Havia uma expectativa muito grande em torno da retomada da economia com o início da vacinação. O agravamento da pandemia mudou
esse cenário?
De fato, havia uma grande esperança. Mas ela continua existindo, pois podemos considerar que a vacinação como uma medida efetiva de combate à pandemia não começou. Falta o elemento principal: a vacina. Além disso, o Distrito Federal passou a figurar no rol das áreas de maior risco de transmissão da doença. Não tenho dúvida de que isto impactou decisivamente todas as expectativas positivas para o ano de 2021. O ano de 2020 já havia sido terrível, tanto no aspecto econômico quanto no epidemiológico.

No Distrito Federal, qual avaliação o senhor faz da economia neste momento?
Existe um consenso de que o atual cenário exigirá grandes esforços para superar o desafio de levar a economia de volta aos trilhos. Muitos setores sofrem ainda de paralisação em razão das questões sanitárias. Mas, depois de um ano, podemos observar que algumas atividades tiveram relativo êxito em fazer as adequações necessárias e, com criatividade e coragem, vêm conseguindo vencer os obstáculos e até apresentar crescimento. Ajuda, também, o fato de Brasília ser o centro do poder nacional, e as atividades inerentes a essa característica ajudam a manter o nível de atividade econômica.

E quais as perspectivas no âmbito local?
As perspectivas são boas no médio e no longo prazos. No curto prazo, temos de vencer as questões de cunho sanitário. Mas o Distrito Federal continua sendo e sempre será uma região plena de oportunidades. Oportunidades estas que estão sempre abertas a quem sabe empreender e tirar proveito. Seja individualmente, seja coletivamente.

O que pode ser feito pelo GDF para tentar assegurar uma retomada mais rápida?
Traçado o diagnóstico, o ponto de partida é investir, prioritariamente, em áreas geradoras de emprego e renda. É necessário que o governo reúna em seu entorno competência, preparo, capacidade de ação para alcançar tal objetivo. Podemos dizer que muitas providências que os poderes locais vêm tomando mostram-se surpreendentes e positivas. Mas é necessário mais esforço e diálogo, pois são imensas as expectativas dos agentes econômicos locais em relação às ações urgentes que não podem ser adiadas.

Por outro lado, é preciso garantir segurança e saúde. O senhor acredita que as medidas mais rígidas são necessárias, apesar do impacto
na economia?
Vejo que o atual governador é uma pessoa de diálogo, mas faz questão de observar os pareceres técnicos sobre as questões. O seu estilo é inspirado no tradicional modelo democrático de se governar e de se encontrar um denominador comum. Sou favorável à adoção dos protocolos indicados pelas autoridades da saúde. Mas, ao mesmo tempo, muita experiência adquirida neste ano de pandemia poderia se tornar regra nos planos de contingência, e isso eu não observo que esteja acontecendo. Muitas decisões poderiam ser mais bem planejadas.

Nacionalmente, qual impacto terá o retorno do auxílio emergencial? O valor atual é suficiente
para socorrer as famílias e aquecer a economia?
Impossível, nos dias de hoje, desconsiderar a gravidade do momento. Esta pandemia praticamente criou uma civilização com novas modalidades de empregos, estilos de vida, ética do trabalho e atitudes sociais. Consequentemente, afetou as estruturas econômicas e políticas. Neste momento histórico, antes de pleitear quaisquer medidas em interesse próprio, o indivíduo terá de rever suas convicções. Por isso, considero imprescindível e válido o auxílio emergencial. O valor vai propiciar um alento, mas não é suficiente para garantir a sobrevivência de uma família, principalmente no atual cenário de alta nos preços dos alimentos. As decisões carecem de um planejamento sólido e responsável e, infelizmente, são adotadas em contexto de forte ascendência política.

 

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