Com 289 pacientes aguardando por um leito de UTI no Distrito Federal, de acordo com o painel InfoSaúde, o Governo do DF prometeu entregar 300 leitos de UTI até o final da primeira quinzena de abril. As unidades devem ficar disponíveis nos três hospitais de campanha que estão sendo construídos no Autódromo Nelson Piquet, Ceilândia e Gama. Cada hospital deve ter 100 leitos de UTI para infectados com a covid-19 em estado grave.
Na sexta-feira (2/4), por meio do Twitter, o governador de Brasília, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que a previsão de entrega é até a primeira quinzena deste mês. "Além do Autódromo, também estão em construção um Hospital de Campanha em Ceilândia e um no Gama. O de Ceilândia é o que está com as obras mais avançadas. Previsão de entrega para até 13 dias e, assim, ampliaremos a quantidade de leitos em mais 300 vagas”, disse no post.
Além dos hospitais de campanha, o secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, afirmou durante coletiva de imprensa, nesta segunda, que a Secretaria de Saúde do DF deve abrir mais 92 leitos de UTI nos próximos 15 dias. "Os três novos hospitais de campanha, que estão com a construção bem avançada, trarão mais 300 leitos, além desses que serão abertos”, disse.
A Secretaria de Saúde do DF publicou, na semana passada, o edital para contratação emergencial da empresa que vai gerir os novos hospitais de campanha. O contrato terá duração de 180 dias. Caberá à contratada oferecer serviços de gestão integrada de leitos hospitalares, com suporte ventilatório pulmonar e terapia renal substitutiva beira-leito.
As empresas interessadas devem enviar propostas até às 18h desta quinta-feira (8/4), para o e-mail dispensadelicitacao.sesdf@saude.df.gov.br.
Taxa de ocupação
A taxa de ocupação total dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para adultos na rede pública está em 99,23% no Distrito Federal. O dado é do painel InfoSaúde — disponibilizado pela SES DF e atualizado às 18h10 desta segunda-feira (5/4). Segundo o sistema, existem 12 leitos vagos na capital, sendo seis para a pediatria, três para neonatal e três para uso adulto. O mês de março foi o mais mortal desde o início da pandemia. Somente no DF, foram 1.191 mortes registradas em 31 dias.
Espera desesperadora
A família da orientadora educacional Alessandra Pereira de Faria, 41 anos, é uma das que aguarda desesperadamente por um leito de UTI. O marido dela, o economista Estenio Tiberio Pereira da Costa, 47 anos, está internado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), desde a última sexta-feira (2/3), em estado grave, com 80% do pulmão comprometido. “No primeiro dia, ele passou a noite na cadeira do hospital porque não tinha maca disponível. Só no sábado conseguimos uma maca”, conta Alessandra, que também está infectada pela doença, mas sem sintomas graves.
A orientadora revela que a família toda está abalada, pois a mãe do Estenio morreu, na semana passada, vítima do novo coronavírus. “Ela tinha 68 anos e estava próxima de ser vacinada. Minha sogra teve sintomas de febre e gripe, mas tinha comorbidades. Ela ficou internada uma semana, foi para a UTI em um hospital particular, através de uma ação da Justiça que a gente conseguiu, mas, infelizmente, não resistiu. Além de tentar assimilar o luto, agora temos essa notícia da internação do meu marido”, conta.
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