VACINAÇÃO

"Não foi um ato ilegal", declara coronel exonerado por furar fila da vacina

A exoneração do comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Julian Rocha Pontes, foi publicada em edição extra do Diário Oficial do DF (DODF). No lugar dele, assume o coronel Márcio de Vasconcelos

Darcianne Diogo
postado em 02/04/2021 16:58 / atualizado em 02/04/2021 18:18
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O então comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Julian Rocha Pontes, exonerado nesta sexta-feira (2/4) por furar a fila da vacina contra a covid-19, se posicionou sobre o assunto. Procurado pelo Correio, o coronel afirmou que o ato não foi ilegal. No cargo dele, assume o coronel Márcio de Vasconcelos.

A informação de que militares do alto comando receberam o imunizante antes dos praças foi confirmada por fontes policiais à reportagem. Além do coronel, o subcomandante-geral da PM, coronel Cláudio Fernando Condi, e o irmão dele, o subcomandante operacional do 2º Comando de Policiamento Regional, tenente-coronel Eduardo Condi, tomaram a “xepa” da vacina.

Segundo fontes, Julian Pontes se vacinou na Unidade Básica de Saúde I (UBS I) da Asa Sul, na quarta-feira (31/3). A imunização dos oficiais ocorre devido à circular vigente da Secretaria de Saúde do DF, que prevê a destinação das sobras da vacina, chamadas de "xepas", para os policiais militares que fazem a segurança das vacinas, do transporte e dos locais de vacinação.

Ao ser questionado sobre o assunto, o coronel Julian Pontes esclareceu que “apesar de poder ser classificado como inoportuno, tal ato não foi ilegal”. “Em nenhum momento furei os critérios estabelecidos para a vacinação, sendo vacinado dentro das doses remanescentes, após o término do período regular e sob a coordenação do funcionário da Secretaria de Saúde”. Por fim, o policial afirmou que acolhe a decisão do governador Ibaneis Rocha (MDB) em relação à exoneração e agradeceu “a confiança depositada nesse período”.

O outro lado

Outros dois policiais também foram acusados de furar a fila, mas negaram ter recebido o imunizante. Um deles é o chefe do Departamento Operacional (DOP), coronel Hemerson Rodrigues. “Não vacinei e não vou vacinar enquanto meu último homem não vacinar. Sou um profissional de 30 anos de carreira, sabem que eu não fiz. Todo final de semana estou na Esplanada. Quem não me conhece acha que eu tomei a vacina e, por dever moral, não faria isso e não farei. Estou com restrição (de sair de casa) porque minha esposa está grávida. Não procurei ninguém para ser vacinado. Achei isso uma injustiça como profissional”, declarou, ao Correio.

O chefe do Estado Maior, o coronel Marcelo Helberth de Souza, também negou ter furado a fila da vacina e lamentou ter o nome divulgado fora do contexto. “A informação que tenho é que inseriram o meu nome num contexto que desconheço por completo, visto que não tomei vacina alguma. O fato é que estou afastado com suspeita de covid-19, o que acabou não se confirmando. Em nenhum momento tomei vacina. Não posso falar do nome dos demais, mas da minha parte eu esclareço que não tomei vacina alguma, mesmo que estivesse apto, não teria tomado”, frisou o militar.

A reportagem procurou o subcomandante-geral da PM, coronel Cláudio Fernando Condi, para se posicionar sobre a acusação, mas não obtivemos resposta até a publicação desta matéria. O mesmo ocorreu com o subcomandante operacional do 2º Comando de Policiamento Regional, tenente-coronel Eduardo Condi. O espaço segue aberto para ambos se pronunciarem sobre o assunto.

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