Prisão

Ativista preso ao tentar impedir operação do DF Legal é liberado na delegacia

O caso aconteceu nesta quinta-feira, quando Thiago Ávila apresentou liminar que impede operação da secretaria durante a crise do novo coronavírus. O subsecretário do DF Legal deu voz de prisão contra o ativista por desacato e obstrução

O socioambientalista e ativista dos direitos humanos Thiago Ávila, 34 anos, foi liberado, por volta das 17h30, da 1ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal (DP), após ter recebido voz de prisão por calúnia, desacato e obstrução. O caso aconteceu na ocupação de catadores de reciclagem próximo ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Thiago chegou ao local para tentar impedir uma ação da Secretaria da Ordem e Proteção Urbanística do Distrito Federal (DF Legal).

Ao apresentar a liminar assinada, na terça-feira (23/3), pela juíza Mara Silda Nunes de Almeida, o subsecretário de operação do DF Legal, Alexandre Bittencourt, deu voz de prisão ao ativista. O subsecretário disse que a prisão era por desacato, obstrução e calúnia. Durante toda a abordagem um vídeo era gravado por Thiago e foi postado no Instagram.

O ativista conta que foi solto e voltou para a ocupação organizar com as famílias a reconstrução da Escolinha do Cerrado, derrubada na última terça-feira pelos agentes da pasta. “Fui preso enquanto tentava impedir a violação contra a Escolinha do Cerrado e as casas de famílias catadores de recicláveis sendo atacadas por um governo que está executando uma política de genocídio despejando famílias em lockdown”, diz Thiago.

O outro lado

O DF Legal, em nota, disse que a operação envolvia diversos órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) e tinha como objetivo a limpeza da área próxima ao CCBB para recuperar o local degradado.
“O local, usado como depósito de lixo, fica a cerca de 400 metros de onde estão as famílias assistidas por liminar. E a voz de prisão foi ocasionada pelo fato de o cidadão ter sido avisado que não ocorreriam remoções, dada a decisão da Justiça e, ainda assim, ter ido ao local da operação e tentado evitar os trabalhos, mesmo não sendo parte interessada”, declara a pasta.

Além disso, a Secretaria explicou que “a voz de prisão também foi motivada por postagens em redes sociais que mostravam o referido cidadão se dirigindo a um servidor público com diversas ofensas e acusações sem apresentar qualquer prova”, finaliza.