Quem tem água, cuida

Para destacar a importância do recurso hídrico no cotidiano da população brasiliense, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) lançou uma campanha institucional

A água é fonte da vida. Não importa quem somos, o que fazemos ou onde vivemos, nós dependemos dela. A semana da água coloca em pauta a importância do recurso hídrico, e o Dia Mundial da Água, celebrado no domingo, reforça o cuidado que se deve ter com o recurso e faz o alerta quanto aos impactos da ação humana sobre os rios e a necessidade de preservação.

Para destacar a importância da água no cotidiano da população brasiliense, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) lançou uma campanha institucional. Com o conceito “Quem tem água, cuida. O maior presente é ter água no futuro”, a iniciativa motiva a manutenção do consumo responsável no ambiente rural e urbano.

O conjunto de ações será divulgado em painéis luminosos instalados em rodovias, mídia em ônibus e metrô, rádio, redes sociais, sites, blogs e portais, até 21 de abril. “O objetivo é incentivar a manutenção do consumo responsável no dia a dia da população e trazer uma mensagem de esperança quanto às oportunidades de conservação da água no ambiente rural e urbano”, explica o diretor-presidente da Adasa, Raimundo Ribeiro. De acordo com ele, a ação está sendo realizada no momento em que os principais mananciais do DF operam com sua capacidade máxima e o período de seca se aproxima. “Por meio da campanha, a Adasa convida a população a continuar fazendo sua parte, utilizando a água de forma racional no seu dia a dia, fato que contribui com a segurança hídrica no DF”, afirma Raimundo Ribeiro.

Consumo

Mas, afinal, para onde vai esse recurso? Desde 2009, a Agência Nacional de Águas (ANA) divulga a cada quatro anos o relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos, com objetivo de medir a carga de consumo de água no país, indicando quantidades, qualidades, gerenciamento, ciclo das águas e dispositivos de controle de crises hídricas.

Segundo levantamento feito em 2019, as principais demandas de água estão na irrigação, com 68,4%, e o abastecimento animal, com 10,8% do total. Estima-se que o agronegócio tem possibilidades de expansão de pelo menos 76 milhões de hectares no Centro-Oeste, o que deve aumentar o consumo de água.

Por isso a importância de os produtores buscarem constantemente um melhor aproveitamento do solo, da água e das florestas visando à sustentabilidade. A indústria é a terceira da lista, consumindo 8,8% da água do país. Apesar do gasto elevado, muitos agricultores resolveram adotar medidas em suas plantações com o intuito de fazer uma boa gestão da água e evitar gastos desnecessários.

É o caso da aposentada e produtora rural Suely Damasceno Takeda, 67 anos, que é responsável pela plantação de hortaliças, ervas medicinais e frutas orgânicas. A chácara, localizada na Apa da Cafuringa, comunidade da Fercal, conta com técnicas de plantio que visam a uma boa gestão do recurso hídrico. Dentre elas, água por gravidade que vem de nascentes recuperadas e a técnica de gotejamento e aspersão.

“Na nossa comunidade, a preservação é o ponto primordial. Com essas técnicas, conservamos as árvores nativas do cerrado, mantemos as grotas reflorestadas, replantamos árvores do bioma, gerando assim economia de água que cria biodiversidade”, conta a produtora.

O agricultor José Wellington Alves dos Santos, 46, também optou por estratégias de uso racional da água. Ele explica que produz hortaliças de frutos, como tomate italiano, pepino japonês e pimentão, e diz que as medidas se dividem em duas frentes. “Por um lado, evitamos fornecer mais água do que uma cultura necessita. Calculamos a lâmina d’água necessária para cada cultura que plantamos e, por meio do uso de fitas gotejadoras de baixa vazão, aplicamos a quantidade necessária durante um turno de irrigação (inicio da manhã) para cada área”, afirma.