ATO

Quatro dos manifestantes presos por levantar faixa contra Bolsonaro são soltos

O Correio apurou que um dos envolvidos permanece preso por ter um mandado de prisão em aberto

Os manifestantes presos, nesta quinta-feira (18/3), pela Polícia Militar do Distrito Federal, após estenderem um cartaz com uma suástica, em alusão ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), prestaram depoimentos e foram soltos, segundo informou a Polícia Federal (PF). Cinco pessoas participavam do ato. O Correio apurou que quatro delas foram liberadas e uma permanece detida por ter um mandado de prisão em aberto.

Os envolvidos foram detidos enquanto protestavam contra Bolsonaro, na Praça dos Três Poderes. No cartaz, uma imagem do presidente é colocada ao lado de uma cruz vermelhe transformada no símbolo nazista, com a palavra “genocida”, em crítica à condução do governo federal da pandemia de covid-19. Um dos presos é o manifestante conhecido como Rodrigo Pilha, que mantém críticas a Bolsonaro em páginas da internet, revelaram fontes ouvidas pela reportagem. Os cinco foram enquadrados na Lei de Segurança Nacional, criada durante o regime militar.

Nas redes sociais, a deputada Natália Bonavides (PT) afirmou que a informação que obteve foi de que, “assim que o grupo foi abrir a faixa, a Polícia Militar abordou-os e questionou sobre a manifestação. Trouxeram os cinco para a Polícia Federal sob a alegação de que teriam infringido a Lei de Segurança Nacional pelo escrito "Bolsonaro Genocida" e por suposta apologia ao nazismo porque na faixa consta uma imagem que faz referência à suástica”.

“Para quem se lembra, a referência desenhada na faixa é aquela charge do Aroeira, em que é feita exatamente uma crítica a Bolsonaro a partir da imagem de uma cruz vermelha dos hospitais modificada para lembrar a suástica e assim se referir a essa conduta criminosa do governo Bolsonaro”, detalhou a parlamentar.

Segundo a deputada, a prisão dos manifestantes foi um “absurdo” e mais “uma tentativa de intimidação” por parte do governo federal. “Estamos analisando medidas concretas para combater o avanço autoritário que utiliza esse entulho da ditadura que é a LSN. Um dia depois de o Judiciário autorizar o governo a comemorar o golpe e a ditadura, a utilização dessa lei para prender manifestantes demonstra como a conivência com a barbárie é absurda e precisa ser enfrentada. Fiquem firmes, compas. Vamos derrotar esse projeto de morte”, finalizou.