O cenário que tomou as grandes capitais do mundo com a pandemia do coronavírus chegou, aos poucos, no Distrito Federal. Nesta quinta-feira (18/3), a publicação do decreto que estabeleceu o primeiro lockdown do DF completa um ano. As atividades comerciais foram suspensas e apenas estabelecimentos destinados a atividades essenciais podiam ficar abertos. Doze meses depois, o Correio relembra a situação vivida na época pela capital federal e os dados da covid-19 que marcaram o momento.
Em 18 de março de 2020, o governador Ibaneis Rocha (MDB) decretou pela primeira vez a suspensão do atendimento ao público em shoppings center, feiras populares e clubes recreativos. Além disso, ele determinou o fechamento do Zoológico de Brasília, de parques recreativos e urbanos, de boates e de casas noturnas.
De acordo com o decreto n° 40.528 publicado em terceira edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), a pausa nas atividades não se aplicava às áreas de saúde, segurança, vigilância sanitária, comunicação e órgãos de fiscalização do consumidor. Estes deviam seguir instruções das chefias.
Há exatamente um ano, a capital tinha 36 casos confirmados de covid-19. Outras 174 notificações estavam em investigação, incluindo quatro crianças internadas no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Do total de contaminações, cinco ocorreram por transmissão local, segundo levantamento realizado pelo Correio na data.
Na data, o governador já havia suspendido as aulas na rede pública e privada. A medida surgiu após a ameaça de epidemia na capital federal provocada pela disseminação do novo coronavírus.
Após um ano
Um ano depois, o quadro no DF não melhorou. Atualmente, a cidade encontra-se em estado de lockdown devido ao índice crescente de casos confirmados do novo coronavírus. De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Saúde do DF nesta quinta (18/3), por volta das 8h10, a capital tinha 320 pacientes aguardando na fila de espera por um leito nas unidades de terapia intensiva (UTI). Desse total, 241 pessoas tinham suspeita ou confirmação de covid-19.
A taxa de ocupação de leitos de UTI adultos para o novo coronavírus era de 97,55%. Na ocupação total, o DF registrou 96,36%. Ao todo, a capital tem 409 vagas reservadas para pacientes com covid-19. Destas, 371 estavam ocupadas, 14 vagas e 24 aguardando a liberação, segundo dados da pasta.
Para evitar a disseminação e conter a crise sanitária da capital, o governador decidiu retomar a decisão do fechamento das atividades não essenciais. Atualmente, o decreto Decreto nº 41.874, publicado no dia 8 de março, está em vigor. O texto estabelece o fechamento de todas as atividades comerciais de 22h às 5h. O toque de recolher atinge também a circulação de pessoas nas ruas, sob pena de multa de R$ 2 mil. Com base no decreto assinado pelo governador, o fechamento das atividades não essenciais e o toque de recolher terá duração até 22 de março.