A taxa de desemprego no Distrito Federal, no fim de 2020, terminou em 14,2%, apresentando queda de 1,4 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. Os dados vêm da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado é tradicional do último trimestre do ano, uma vez que estabelecimentos e comércios ampliam suas contratações em função dos feriados e festas de fim de ano. Mas a queda de 1,4 p.p. também reflete a gradual recuperação do mercado de trabalho após as medidas restritivas à circulação de pessoas e à suspensão de estabelecimentos comerciais no primeiro semestre.
Entre o terceiro e o quatro trimestres de 2020, a população ocupada no Distrito Federal apresentou aumento de 63 mil pessoas (4,8%). Apesar de positivo, o valor ainda se mantém insuficiente para compensar a contração do mercado de trabalho observada ao longo do ano de 2020. Quando comparado com o quarto trimestre do ano anterior, o resultado passa a apontar queda de 5,3% no número de ocupados locais (-77 mil pessoas). Ainda assim, esse valor é inferior ao observado na mesma comparação no 3º trimestre de 2020, quando havia sido de -10,0%.
A taxa de desemprego local caiu, apesar de um aumento na taxa de participação da força de trabalho, ou seja, do número de pessoas efetivamente procurando emprego no período. Isso significa que o número de novas contratações foi extenso o suficiente para absorver os novos entrantes no mercado de trabalho e ainda reduzir o quadro de desocupados previamente existente.
Essa taxa passou de 61,4% no terceiro trimestre para 62,5% no quarto, apontando indícios de recuperação da confiança da população em suas perspectivas de conseguir emprego. O indicador, porém, ainda se encontra abaixo do observado no mesmo trimestre do ano anterior (66,6%).
O comportamento do mercado de trabalho do Distrito Federal ainda é negativo quando comparado ao mesmo período do ano anterior. No que se refere às ocupações dos trabalhadores, houve redução no número de empregados em quase todas as ocupações. As exceções foram o setor público, com crescimento de 7% (22 mil pessoas), e os trabalhadores familiares auxiliares, com variação de +66,7% (4 mil pessoas).
Carteira assinada
Entre os demais segmentos, o mais atingido foi o de trabalhadores domésticos com carteira assinada, que apresentou variação de -43,5% no período (-20 mil pessoas). Apesar de menos intensa, a variação negativa observada no setor privado com carteira assinada (-6,1%) gerou a maior contração absoluta no número de ocupados local (-32 mil pessoas), devido à maior participação desse setor na economia local.
Nas duas posições, o número de trabalhadores sem carteira assinada também caiu (-23,2% e -13,2%), representando menos 16 mil e 18 mil pessoas, respectivamente. Os empregadores (-12,8%) e os trabalhadores por conta própria (-2,1%) completam o saldo negativo da comparação interanual, representando, juntos, uma redução de 16 mil pessoas no contingente de ocupados do Distrito Federal.
Por fim, o rendimento médio real dos trabalhadores locais foi de R$ 4.355 no último trimestre de 2020, valor que representa um crescimento de 3% do montante de R$ 4.230 registrado no terceiro trimestre do ano, tendo uma estabilidade (variação de +0,4%) em relação ao quarto trimestre de 2019. Esse resultado foi influenciado pelo crescimento da participação do setor público no mercado de trabalho distrital, com mais remuneração que os demais.